O penúltimo programa eleitoral dos presidenciáveis manteve a polarização entre os dois candidatos na frente das pesquisas de intenção de voto e um clima morno a menos de uma semana da eleição.O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, manteve no horário da noite, os mesmos ataques do programa do início da tarde contra o presidente Lula, candidato do PT. Alckmin lembrou mais uma vez a seqüência de fatos e todos os assessores envolvidos com dossiê contra políticos do seu partido.
O programa deu destaque para as notificações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) relacionadas com o caso ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e ao presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini. Alckmin também fez questão de mostrar uma reprise de programas anteriores de realizações de seu governo em São Paulo como o programa que distribui medicamentos para a população carente no estado. Nada de novo e um clima calmo mesmo quando narrava o escândalo do dossiê.
No programa de Lula, o tom foi o slogan "não troque o certo pelo duvidoso" e relevância para as realizações dos quatro anos de mandato do presidente. Na geração de emprego, Lula disse que aumentou em 13 vezes o número de empregos com carteira criados mensalmente.
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Também não faltaram novamente as referências ao fim da dívida com o FMI, a auto-suficiência de petróleo e os passos que o governo pretende dar num segundo mandato para tornar o Brasil o "a maior potência energética do mundo", baseado no programa de produção do biodiesel. Igualmente nada de novo.
Tudo dentro do receituário petista desde o início da campanha. Vale também destacar o fato do programa grifar a fase "o Lula já provou que sabe fazer", reforçando a idéia de continuidade do governo e o próprio candidato falando sobre sua futura equipe de governo. "Vou buscar a melhor equipe de gente séria dentro e fora do governo", disse Lula. O discurso soa como uma confissão de culpa relacionada com os seus assessores e ministros mais próximos, que saíram do governo vinculados à escândalos ruidosos, ou uma tentativa de se isolar dos atos cometidos recentemente por pessoas próximas ao presidente-candidato.
Heloísa Helena do Psol se despediu do eleitorado e fez questão de lembrar que visitou todos os estados sozinha, mas "sempre encontrando nossa militância" por onde passou. Cristovam Buarque do PDT destacou a idéia de que é preciso ter segundo turno para que o debate seja ampliado e voltou a sua tradicional bandeira da educação. Além disso, também mostrou apoios recebidos da classe artística como do autor de novelas, Manoel Carlos, e do diretor de cinema, Fernando Meireles. (Lúcio Lambranho)