Edson Sardinha
A presidenta Dilma Rousseff chorou há pouco ao pedir um minuto de silêncio em homenagem às crianças e aos adolescentes executados esta manhã numa invasão a uma escola em Realengo, na zona oeste do Rio. Dilma ficou com a voz embargada ao pedir aos presentes a uma cerimônia no Palácio do Planalto que prestassem homenagem aos ?brasileirinhos indefesos que perderam a vida e o futuro?. De acordo com a polícia, 11 alunos da Escola Municipal Tasso da Silveira morreram e 18 pessoas estão feridas.
A fala emocionada de Dilma substituiu o discurso que ela faria para comemorar a formalização de 1 milhão de empreendedores individuais. A presidenta disse que a tragédia no Rio tornou inoportuna a comemoração.
“Hoje temos que lamentar o fato do que aconteceu em Realengo com crianças indefesas. Não era característica do país ocorrer esse tipo de crime. Por isso, considero que todos aqui, homens e mulheres aqui presentes, estamos unidos no repúdio àquele ato de violência, no repúdio a esse tipo de violência contra crianças indefesas”, afirmou.
Mais cedo, o porta-voz da Presidência, Rodrigo Baena, havia dito que a presidenta estava “chocada” e “consternada” com o massacre.
?Sem precedentes?
O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou que esta quinta-feira é um dia de luto para a educação brasileira e classificou o episódio como uma ?tragédia sem precedentes? no Brasil. Segundo ele, esta semana deveria ser celebrada pela confirmação do piso salarial de professores pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na terça-feira (8). Mas que, com as mortes no Rio, não havia mais clima para comemoração.
Haddad disse que o MEC está à disposição da prefeitura do Rio para auxiliar alunos, professores e demais funcionários da escola no que for necessário. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, também afirmou que a pasta vai auxiliar os governos estadual e municipal no que estiver à sua alçada.
O atirador foi identificado pelos policiais como Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, ex-aluno da escola. O jovem foi morto por um policial militar, que o impediu de seguir atirando. Ele estava com duas armas e forte munição, segundo os policiais. De acordo com a polícia, Wellington pretendia se matar após o massacre, conforme indicava uma carta deixada pelo atirador.
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