Disposto a manter as votações em plenário às vésperas do recesso parlamentar do próximo dia 18 e do pleito eleitoral de outubro, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), declarou há pouco que vai “negociar duro” com seus pares e colocar em pauta matéria “importantes” em todo o mês de agosto, e em duas datas ainda não definidas de setembro. Três medidas provisórias trancam a pauta na Casa e impedem que outras propostas sejam apreciadas.
“Vamos trabalhar agosto inteiro, e diminuir o ritmo em setembro”, sentenciou o parlamentar paulista.
Segundo Chinaglia, as próximas reuniões com as lideranças na Câmara servirão para definir prioridades de proposições. “Quero começar negociando duro. O que vai me sensibilizar – se conseguirem – é definirmos uma agenda para votar matérias importantes nesse período”, advertiu Chinaglia, que pretende por a reforma tributária em votação no mês de agosto.
“Quero pautar a reforma tributária de imediato, logo após o recesso”, afirmou, usando o tema como forma de pressionar os deputados de oposição a votar a matéria. “Qual vai ser o argumento que alguém terá para não vir [ao Congresso] e votar a reforma?”, indagou o deputado, alheio ao fato de que a questão sequer foi analisada pela comissão especial designada exclusivamente para apreciá-la.
Leia também
Chinaglia terá de driblar a falta de consenso acerca das datas para o “esforço concentrado” de votações em ano eleitoral. Na reunião de líderes anunciada para amanhã (8), o petista quer convencê-los acerca da importância de definir uma agenda de votações. Alguns líderes querem que a “força-tarefa” antes das eleições municipais se restrinja a três semanas no próximo mês e uma em setembro.
Para Chinaglia, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que altera o rito das medidas provisórias – cuja edição “excessiva” por parte do Executivo é um dos principais alvos da oposição – é outra matéria que deve ser priorizada. “Vamos votar a proposta que muda o trâmite das MPs, que tanto tem dificultado nossa vida aqui, dado que ficamos impossibilitados de escolher as matérias mais relevantes”, concluiu. (Fábio Góis)