O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou, na tarde de hoje (6), que assinou sem ler o projeto que dá R$ 16.500 em auxílio-funeral para a família de deputados falecidos. Ele disse que só tomou melhor conhecimento da proposta ao ler reportagem da Folha de S.Paulo publicada nesta terça-feira. Por isso, prometeu “rediscutir o assunto” com a Mesa Diretora, que aprovou a medida em 26 de março, embora o plenário ainda tenha que ser consultado.
“É o presidente da Câmara que assina todas as decisões da Mesa”, afirmou Chinaglia. Ele recordou que o secretário-geral da Mesa, Mozart Viana, por exemplo, lhe dá dezenas de papéis para assinar todos os dias. “Você acha que eu vou ler despacho burocrático? Não leio mesmo”, disse o presidente da Casa.
Em entrevista coletiva, Chinaglia disse que vai propor a rediscussão do tema porque se sentiu “incomodado” com algumas propostas do projeto. Mas ele não soube precisar quais eram essas medidas. “Pra falar a verdade, eu fui alertado por minha assessoria sobre isso”, disse o presidente da Câmara, que acrescentou que até os funcionários fizeram piada com o tema do auxílio-funeral.
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Porém, ele comentou que, se os parlamentares quiserem, podem pagar um seguro para caso de falecimento em serviço. Chinaglia destacou que a idéia do projeto foi do diretor-geral da Casa, Sérgio Sampaio, e que assinou o documento por confiar no servidor e no aval do primeiro secretário, Osmar Serraglio (PMDB-PR).
Chinaglia destacou que algumas famílias de deputados sofrem para fazer o traslado do corpo quando ele está fora da cidade e que há parentes de parlamentares de baixa renda. “Você pode duvidar que tenha família pobre de deputado, mas tem.”
Além do salário de R$ 16.500, cada um dos 513 deputados ganha auxílio-moradia, passagens aéreas, verba indenizatória, cota postal e telefônica, verba para contratar funcionários, material de expediente e cota para impressão e reprodução de documentos. (Eduardo Militão)