O polêmico delegado da Polícia Federal Vicente Chelotti, ex-diretor-geral da instituição, volta à vida pública, desta vez na Câmara. Eleito suplente de deputado pelo PMDB em 2002, Chelotti assume hoje o mandato, na vaga aberta por José Roberto Arruda (PFL-DF), candidato ao governo do Distrito Federal, que se licenciou.
No comando da PF durante sete anos do governo FHC, Chelotti ficou conhecido como “o rei do grampo”. Ele é acusado por adversários de ter levantado dossiês sobre inimigos políticos e altas figuras do círculo do poder para usar como instrumento de barganha. Dezenas de dossiês, feitos a partir de grampos ilegais atribuídos a ele, vieram a público e causaram estragos por todos os lados.
Dois casos deixaram os tucanos em maus lençóis. Em um deles, durante as investigações de corrupção no Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam), foi capturado conversas que comprometeriam o presidente da República. Chelotti foi demitido por Fernando Henrique em 2000, após se meter numa outra trapalhada quando investigava, por vias não convencionais, o dossiê Cayman – uma papelada que acusava o ex-presidente Fernando Henrique, seus então ministros da Saúde, José Serra, e das Comunicações, Sérgio Motta, além do governador Mário Covas, de terem dinheiro em contas bancárias de paraísos fiscais. Posteriormente, as investigações mostraram que o dossiê era uma armação.
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