Mário Coelho
Os chefes civis da Minustah, a missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, estão desaparecidos desde ontem (12), quando o terremoto mais forte dos últimos 200 anos destruiu a capital do país, Porto Princípe. O brasileiro Luiz Carlos Costa e o tunisiano Hedi Annabi ainda não foram encontrados pelas forças de regaste que trabalham para encontrar sobreviventes entre os escombros da cidade.
De acordo com entrevista do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, Luiz Carlos Costa é o número dois na hierarquia civil da Minustah. Annabi é o chefe da missão. “O número dois da chefia civil da Minustah é um brasileiro, Luiz Carlos Costa, e não há ainda nenhuma informação a respeito dele. Por ora, está desaparecido, assim como o chefe da missão”, disse Amorim em entrevista coletiva.
Amorim disse também que o Haiti é o país que receberá a maior ajuda financeira enviada pelo Brasil a outras regiões nos últimos anos. O governo brasileiro vai repassar US$ 15 milhões, do orçamento do Itamaraty, para o país vizinho ocorrerá nos próximos dias. Segundo a Agência Brasil, antes dos haitianos, os palestinos tinham sido os que receberam o valor mais alto em espécie do governo brasileiro – US$ 10 milhões.
Mas, por conta da falta de comunicação com as autoridades do Haiti – as linhas telefônicas foram interrompidas -, o Brasil tem tido dificuldades em repassar os recursos, assim como distribuir os alimentos e a água enviados para o país caribenho. “Há dificuldades em entrar em contato com as autoridades haitianas. Não foi possível até o momento expressar o nosso engajamento para ajudar o povo haitiano”, disse Amorim.
Mortes
O primeiro-ministro do Haiti, Jean-Max Bellerive, disse hoje (13) em entrevista à cadeia de televisão norte-americana CNN que teme que o número de mortes provocadas pelo terremoto que atingiu o país passe de 100 mil. “É difícil estimar com precisão o número de vítimas, quantas construções desmoronaram com os habitantes no interior. Penso que são mais de 100 mil”, disse. O número equivale a mais de 1% do total da população do Haiti, calculada em cerca de 9 milhões de habitantes.
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