Apesar de se recusar a dizer se tem contas bancárias fora do país, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), estava sendo investigado pelo Ministério Público da Suíça por suspeita de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. O motivo da apuração são justamente contas bancárias em nome do parlamentar e de seus familiares.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República, os autos do processo foram enviados para o Brasil na quarta-feira (30). Isso ocorreu porque Cunha é brasileiro nato e não pode ser extraditado para a Suíça. “O instituto da transferência de processo é um procedimento de cooperação internacional, em que se assegura a continuidade da investigação ou processo ao se verificar a jurisdição mais adequada para a persecução penal”, escreveu a PGR, em nota divulgada na última semana. “Com a transferência do processo, o estado suíço renuncia a sua jurisdição para a causa, que passa a ser do Brasil e de competência do Supremo Tribunal Federal, em virtude da prerrogativa de foro do presidente da Câmara.” O caso, portanto, continuará a ser investigado por aqui.
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No início do ano, Cunha negou ter qualquer conta bancária no exterior ao comparecer voluntariamente na Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras para prestar esclarecimentos, segundo reportagem do jornal O Globo. “Não tenho qualquer tipo de conta em qualquer lugar que não seja a conta que está declarada no meu Imposto de Renda”, afirmou o parlamentar, no dia 12 de março. A deputada federal Clarissa Garotinho (PR-RJ) questionou Cunha, durante aquela sessão, sobre contas no exterior, mas ele também se recusou a responder à parlamentar.