O presidente da Bolívia, Evo Morales, encerrou a 2ª Cúpula Sul-Americana de Nações neste sábado. Durante o evento na cidade boliviana de Cochabamba, oito presidentes debateram sobre a integração regional da América Latina.
Em tom animado, o presidente venezuelando Hugo Chávez afirmou que os governos “precisam de um Viagra político” para impulsionar a formação da comunidade. "Temos que nos mexer porque, caso contrário, começaremos a cheirar a morfina", comentou.
Durante o discurso, Chávez disse que Evo Morales cumpre a profecia do líder aymara Túpac Katari. Momentos antes de ser morto pelos espanhóis, o líder disse que voltaria “aos milhões”.
Para Chávez, a tese da globalização deve ser esquecida. . "Para mim, a globalização não é um fato, é um desastre. A globalização não é senão as mais acabada tese do imperialismo unipolar, a globalização é coisa do passado", disse.
No encerramento do encontro, Evo Morales anunciou que a próxima edição da Cúpula, em 2007, acontecerá na Colômbia. Segundo o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, o boliviano visitará o Brasil em fevereiro para prosseguir o diálogo com o presidente Lula a respeito de diversos temas como a questão do gás boliviano.
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Durante o encontro, Lula defendeu a criação da sede do Parlamento dos países da América Latina na cidade de Cochabamba. Segundo ele, a escolha do local é em razão da Bolívia ser localizada no centro do continente sul-americano.
Lula não quis comentar, entretanto, a série de protestos contra o presidente boliviano, Evo Morales, e os atritos com a oposição. "Permita-me não dar nenhuma palpite sobre os problemas internos do país. Os problemas internos nós resolvemos internamente."
Nas últimas semanas, diversos líderes da direita boliviana entraram em greve de fome em reivindicação para que as reformas constitucionais precisem ser aprovadas por dois terços do Congresso. Ao contrário do que prega os aliados de Evo Morales, de aprovação sob maioria absoluta (50% mais um).
O presidente Lula afirmou que a realização da 2ª Cúpula Sul-Americana de Nações é uma demonstração de união entre os países. "O nosso continente está com muita disposição de fazer com que a integração seja a razão pela qual nós vamos conquistar não apenas a independência política, como já conquistamos, mas a independência do desenvolvimento e do crescimento econômico", disse o presidente.