O agrupamento partidário da Câmara que ficou conhecido como “centrão”, formado por ex-apoiadores do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quer dividir os cargos da futura Mesa Diretora entre aliados para conseguir eleger o novo presidente da Câmara, na disputa interna prevista por lei para 2 de fevereiro. Com isso, líderes de legendas como PTB, PSD, PP, PRB e Solidariedade negociam o lançamento de uma chapa com candidatos à Presidência da Casa, primeiro vice-presidente e primeiro secretário para tentar derrotar o atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ameaçado ficar fora do páreo, como este site mostrou na última quarta-feira (9), Maia tenta encontrar uma saída jurídica para superar a proibição de reeleição em uma mesma legislatura.
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Uma alternativa negociada no grupo é o lançamento do líder da maior bancada do centrão – a do PTB, capitaneada por Jovair Arantes (GO) – à Presidência da Câmara. Os demais pré-concorrentes dos outros partidos – o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), e o primeiro-secretário da Casa, Beto Mansur (PRB-SP) – ficariam com os cargos de primeiro-vice e secretário da Câmara, uma espécie de prefeito da Casa. Desse grupo faz parte o líder do governo Temer na Câmara, André Moura (PSC-SE).
Jovair Arantes avisou que está disposto a recorrer ao Supremo Tribunal Federal para tentar barrar a candidatura de Rodrigo Maia ao posto. Arantes argumentará justamente que a lei impede a recondução do presidente da Casa ao cargo na mesma legislatura. Por enquanto, há uma guerra de pareceres de consultores do Senado e da Câmara que divergem sobre a legalidade ou não da reeleição de Maia em fevereiro.
Deputado federal desde 1999, o atual presidente da Câmara é apoiado informalmente pelo Palácio do Planalto. Definitivamente alçado à Presidência da República em 31 de agosto, o presidente Michel Temer está satisfeito com a rapidez em que Maia tem aprovado propostas do ajuste fiscal pelo governo.