Quase sempre divididas, as centrais sindicais resolveram se unir contra as reformas trabalhista e previdenciária e a ampliação das possibilidades de terceirização. Em reunião nessa segunda-feira (27), dirigentes de nove entidades decidiram convocar os trabalhadores em todo o país para uma greve geral no dia 28 de abril. O objetivo do ato, segundo eles, é alertar o governo de que a sociedade e a classe trabalhadora não aceitarão as mudanças defendidas pelo presidente Michel Temer como fundamentais para o Brasil superar a crise econômica.
“Em nossa opinião, trata-se do desmonte da Previdência Pública e da retirada dos direitos trabalhistas garantidos pela CLT. Por isso, conclamamos todos, neste dia, a demonstrarem o seu descontentamento, ajudando a paralisar o Brasil”, dizem as entidades, em nota conjunta. Entre elas, estão a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical, que têm divergências históricas e muitas vezes polarizam o movimento sindical no país.
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A terceirização irrestrita, inclusive para atividade-fim da empresa, passou na Câmara semana passada com menos votos do que previa o governo. O Senado ensaia votar outra proposta, menos radical, mas esbarra na resistência do Palácio do Planalto. As reformas da Previdência e tributária ainda são discutidas pelos deputados.
Mas as centrais prometem intensificar a pressão contra o governo já nesta sexta-feira (31), com a convocação do Dia Nacional de Mobilização Rumo à Greve Geral. O movimento é organizado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo em todo o Brasil. O movimento acusa o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de não cumprir o compromisso assumido no dia 13, segundo os dirigentes, de suspender a votação do projeto da terceirização por 30 dias.
Veja a íntegra da nota assinada pelas centrais:
“Dia 28 de abril: Vamos parar o Brasil
As centrais sindicais conclamam seus sindicatos filiados para, no dia 28, convocar os trabalhadores a paralisarem suas atividades, como alerta ao governo de que a sociedade e a classe trabalhadora não aceitarão as propostas de reformas da Previdência, Trabalhista e o projeto de Terceirização aprovado pela Câmara, que o governo Temer quer impor ao País.
Em nossa opinião, trata-se do desmonte da Previdência Pública e da retirada dos direitos trabalhistas garantidos pela CLT.
Por isso, conclamamos todos, neste dia, a demonstrarem o seu descontentamento, ajudando a paralisar o Brasil.
São Paulo, 27 de março de 2017
Adilson Araújo
Presidente da CTB
Antonio Neto
Presidente da CSB
José Calixto Ramos
Presidente da Nova Central
Paulo Pereira da Silva (Paulinho)
Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah
Presidente da UGT
Vagner Freitas
Presidente da CUT
Edson Carneiro (Índio)
Secretário Geral Intersindical
Luiz Carlos Prates (Mancha)
Secretaria Nacional da CSP-Conlutas
Ubiraci Dantas de Oliveira (Bira)
Presidente da CGTB
São Paulo, 27 de março de 2017″
Como cada deputado votou na proposta que amplia a terceirização