PMDB
Tende a romper com o governo, principalmente se o Palácio do Planalto chancelar, como parece que vai, sua opção por mais um mandato de José Sarney à frente do Senado. A facção liderada pelo senador Renan Calheiros (AL), que quer o cargo de Sarney, pode então se alinhar com a do presidente do partido, Michel Temer (SP), que defende o rompimento com o Planalto. Os peemedebistas reclamam que seus dois ministros não mandam nada nas suas pastas. Mas o partido só vai lançar uma candidatura própria em 2006 se perceber que é viável. O nome mais forte é o do secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho. Existe também a possibilidade de o partido se coligar com o PSDB ou o PFL em 2006. Essa é a maior preocupação do governo, que prefere dar a Renan e companhia uma bela compensação na reforma ministerial do fim do ano.
PSB
Sob o comando de Miguel Arraes, dificilmente vai deixar a base do governo e partir para alguma aventura em 2006.
PTB
O partido ganhou 32 novos deputados depois do início da legislatura, a maioria saídos de partidos oposicionistas ou reticentes para engordar a base do governo. O PTB quer fazer o vice da próxima chapa de Lula à reeleição. O mais cotado dentro do partido para disputar a preferência é o ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia.
PL
Não pensa em deixar escapar a vice-presidência numa eventual chapa presidencial à reeleição. Até mesmo a facção "oposicionista", liderada pelo presidente do partido, Valdemar Costa Neto (SP), não pensa seriamente em enfrentar o governo.
PFL
Apesar dos desmentidos do senador Antonio Carlos Magalhães (BA), existe realmente um movimento que pode culminar com a saída, do partido, de um grupo de parlamentares que prefere se alinhar com o governo. Dessa maneira, o PFL "puro" – como diz seu presidente, Jorge Bornhausen – caminharia com candidato próprio à sucessão de Lula. O nome mais provável, hoje, é o do prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, favoritíssimo à reeleição e eventual vencedor ainda no primeiro turno. Só que esse é o cenário no caso de vitória de Bornhausen sobre ACM. Se ACM ganhar e a força centrípeta que age sobre o PFL e o atrai para o governo – qualquer governo – o empurrar para os braços de Lula, o cenário muda e Lula pode repetir a dobradinha que Fernando Henrique fez com o PFL. Basta colocar a senadora Roseana Sarney (MA) como vice. É tudo o que Sarney quer.
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PSDB
Totalmente na oposição – apesar de defecções aqui e ali no Congresso, como a do senador Eduardo Siqueira Campos (TO) -, o partido tem vários candidatos à sucessão de Lula. Sairá ainda mais fortalecido se José Serra derrotar Marta Suplicy em São Paulo. Não é à toa que o comandante supremo do PT, o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, elegeu os tucanos os alvos preferenciais de seus ataques.
PCdoB
Apesar do risco de perder um dos dois ministérios que tem – ou até mesmo os dois, dependendo da compensação – depois das eleições de outubro, não passa pela cabeça dos "comunistas" deixar a base governista.
PPS
O partido vai seguir o vencedor da briga interna entre Roberto Freire e o ministro da Integração, Ciro Gomes. Freire quer o partido na oposição e pensa até mesmo em repetir, em 2006, a candidatura de 1989 – a dele. Ciro, por enquanto, é uma incógnita, apesar de visivelmente satisfeito com a oportunidade que tem, no governo, de implantar a polêmica transposição do rio São Francisco – que vai beneficiar seu estado, o Ceará. Se Ciro se desligar da legenda, o PPS pode até se fundir com outro partido de esquerda, como o PSB ou o PDT. Mas Roberto Freire é adversário do presidente do PSB, Miguel Arraes, em Pernambuco, o que dificulta qualquer entendimento.
Insatisfeitos do PT
Na Câmara, são cerca de 30. No Senado, três – Cristovam Buarque (DF), Flávio Arns (PR) e Paulo Paim (RS). O mais provável é que continuem no PT. A menos que uma candidatura própria, com chances pelo menos de assustar o governo, os aglutine em torno de alguma outra legenda de oposição, como o PDT. Não pretendem criar um novo partido.
Insatisfeitos do PFL, do PMDB e do PSDB
Podem se organizar em um novo partido governista "de direita" ou simplesmente se acomodar em algum partido da base aliada, como o PTB. Ou mesmo continuar onde estão, de olho em eventuais composições pontuais com o governo. Como funciona hoje. Esse grupo, liderado pelos senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Sarney (PMDB-AP), quer emplacar a senadora Roseana Sarney (PFL-MA) como vice de Lula em 2006.
PDT
Ainda não é possível concluir qual, afinal de contas, foi o impacto da morte de Leonel Brizola para o partido. O PDT pode seguir o caminho que trilhava com Brizola em vida – murchar, murchar, até desaparecer – ou pode se tornar a grande opção para os descontentes do PT.