“Ladrão”, “golpista”, “machista” e “você é o cara”. Essas foram algumas das frases ouvidas pelo ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) durante sua passagem pelo aeroporto de Brasília nessa quinta-feira. Cassado na segunda-feira (12) por 450 votos a 10, Cunha foi hostilizado e tietado, com direito a selfies.
“O dia que o senhor tiver uma arma na cabeça ou tomar um murro por causa de um celular, o senhor vai saber o que é segurança”, gritou uma mulher enquanto o seguia. Algumas pessoas o chamaram de “ladrão”, “machista” e “golpista”. Cunha não demonstrou incômodo com a situação e simplesmente sorriu e seguiu seu caminho. Logo à frente, um grupo de passageiros o parou para tirar fotos. “Você é o cara”, gritou um deles. “Obrigado por nos livrar desse câncer”, disse outro, em alusão ao PT e à ex-presidente Dilma Rousseff. Também foram ouvidos gritos de “Fora, Cunha” e “Fora, PT”.
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Ficha suja
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Com a cassação, o peemedebista é atingido pelos efeitos da Lei da Ficha Limpa e, consequentemente, também fica condenado à perda dos direitos políticos por oito anos, com declaração automática de inelegibilidade. Ao todo, foram 335 dias de disputa desde que, em 13 de outubro de 2015, Psol e Rede protocolaram representação que resultou no processo por quebra de decoro parlamentar.
Com o resultado do julgamento no plenário, Cunha perde o foro privilegiado, fica fora da vida pública até 2027 (oito anos depois do fim do seu mandato, que chegaria ao fim em 1º janeiro de 2019) e passa a ser investigado em ao menos um dos processos da Lava Jato na 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), sob a responsabilidade do juiz Sérgio Moro. Cunha foi cassado sob a acusação de ter mentido em depoimento à CPI da Petrobras sobre a existência de contas bancárias em seu controle no exterior. Em seu discurso de defesa, o agora ex-deputado disse que não mentiu e que foi vítima de perseguição.
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