O líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), disse há pouco que a oposição definirá uma estratégia para conduzir o depoimento, na próxima quarta-feira (11), das pessoas convocadas pela Comissão de Infra-Estrutura (CI) do Senado para falar a suposta venda irregular da Varig.
“É recomendável e racional que a oposição procure um ajuste de procedimento", disse Agripino, acrescentando que a CI tem “perguntas importantes para fazer”. Para Agripino, os depoentes podem sofrer processo por tráfico de influência. "A expectativa é que a gente tire o melhor proveito da reunião. É muita gente [a ser interrogada]."
Na última quarta-feira (4), matéria do jornal O Estado de S. Paulo informa que a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu acusou a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) de interferência no processo judicial de falência da empresa aérea.
Em entrevista coletiva convocada às pressas, na manhã do mesmo dia, Dilma negou as acusações, dizendo que o processo era “público e notório”. “O governo não participou da venda Varig. O governo não decidiu”, disse a ministra, irritada, uma vez que a entrevista havia sido originalmente convocada para um balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e não para falar sobre as denúncias.
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Como resposta, a CI aprovou requerimentos convocando sete pessoas para dar esclarecimentos sobre o assunto. O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), antecipou-se e apresentou um requerimento para interrogar, além de Denise Abreu, outro ex-diretor da Anac, Milton Zuanazzi. Jucá também solicitou uma audiência com o ex-procurador-geral da agência João Ilídio Filho e o juiz da 1ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Luiz Roberto Ayob, que cuidou do processo de falência da empresa.
Além de Denise e Zuanazzi, também deporão na CI o ex-procurador-geral da Fazenda Nacional, Manoel Felipe Brandão, e os ex-diretores da Anac Jorge Luiz Veloso e Leur Lomanto, de acordo com requerimento de Demóstenes Torres (DEM-GO). Na segunda audiência, marcada para o dia 18 de junho, serão ouvidos os sócios brasileiros do fundo de investimento Matlin Patterson, Marco Antônio Audi, Marcos Haftel e Luiz Gallo, que disputam na Justiça o comando da VarigLog. Amigo do presidente Lula e advogado dos sócios nesse caso, Roberto Teixeira também será interrogado pelos senadores da comissão. (Fábio Góis)