Em entrevista coletiva, o brigadeiro Jorge Kersul Filho, diretor do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), afirmou hoje (24) que, durante as investigações, a Aeronáutica não vai tornar públicas as causas do acidente com o Airbus da TAM no aeroporto de Congonhas (SP) na semana passada. O conteúdo das caixas-pretas também não será revelado durante o período. O militar acredita que em dez meses as investigações estarão concluídas.
O acidente, que completa hoje uma semana, é considerado o pior da história da aviação brasileira. Na ocasião, cerca de 200 pessoas morreram.
“Os dados não serão divulgados porque fazem parte da investigação", disse. O diretor do Cenipa defendeu duas investigações, uma feita pela Polícia Federal e outra pelos militares. “São investigações separadas”, disse o brigadeiro, que argumentou que devido a acordos internacionais a investigação de acidentes aeronáuticos deve ser independente.
Segundo ele, a legislação brasileira determina que informações sobre a caixa-preta sejam restritas à CPI e à comissão militar que investiga as causas do acidente. “Quando somos obrigados a entregar parte das investigações, estamos colocando a pessoa que nos deu as informações produzindo provas contra ela mesma", disse.
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O brigadeiro acredita que até a próxima sexta-feira as informações das caixas-pretas, que estão sendo degravadas em Washington (EUA), chegarão ao país.
Segundo ele, a determinação da Aeronáutica de fechar a pista do aeroporto Congonhas quando chove é uma medida de cautela e que não é possível garantir que outros acidentes aéreos não venham a ocorrer no país. (Rodolfo Torres)
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