O ex-ministro chefe da Casa Civil José Dirceu foi convocado pelo Ministério Público de São Paulo para prestar depoimento sobre o suposto esquema de corrupção na prefeitura de Santo André (SP) durante o mandato do prefeito assassinado Celso Daniel. O depoimento foi marcado para o dia 4 de maio.
Os promotores Roberto Wider Filho e Amaro José Thomé Filho suspeitam que parte dos R$ 100 milhões movimentados pelo esquema teria passado pelas mãos do ex-ministro para financiar campanhas do PT. Eles também querem ouvir o chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho.
Os promotores tentam ouvir Dirceu desde 2002, quando o irmão de Celso Daniel, João Francisco, relatou uma conversa com Gilberto Carvalho. O assessor de Lula teria revelado a João Francisco que o dinheiro do esquema de Santo André estaria financiando as campanhas do PT.
Na época, Dirceu era presidente nacional da legenda. O Ministério Público tentou ouvi-lo, mas foi barrado pelo foro privilegiado. O Supremo Tribunal Federal negou o prosseguimento das investigações contra Dirceu, que tinha foro especial na Corte, por causa do mandato de deputado federal.
Leia também
Também devem ser ouvidos pelo Ministério Público: Paulo Frateschi, presidente do PT de São Paulo; a ex-mulher de Celso Daniel, Miriam Belchior; o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ); Aristides Junqueira, ex-procurador-geral da República; o empresário Marcos Valério de Souza, acusado de ser o operador do mensalão; e o doleiro Toninho da Barcelona.
Segundo Wider Filho, Marcos Valério foi incluído nas investigações porque o dinheiro para o pagamento de Aristides Junqueira, contratado para defender Dirceu no caso Santo André, teria saído das contas bancárias do empresário. A defesa do ex-ministrou custou R$ 500 mil.
Deixe um comentário