Antes de dar início à sessão que deve definir qual será o cronograma dos trabalhos do Conselho de Ética do Senado com relação às quatro representações contra o presidente licenciado da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), e que ainda não foram votadas, o presidente da comissão, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), disse que irá pedir um esforço dos colegas para que todos os relatores entreguem seus pareceres até 2 de novembro. A reunião estava marcada para as 10h, mas ainda não começou.
“É compreensível o pedido de adiamento, mas vou pedir um esforço dos relatores, inclusive do que irá relatar a 5ª representação [que trata da espionagem de senadores goianos]”, destacou Quintanilha.
Das quatro representações que ainda tramitam, três já têm relator definido: a que trata do caso Schincariol, relatada por João Pedro (PT-AM), a que investiga o uso de laranjas na compra de empresas de comunicação, relatada por Jefferson Péres (PDT-AM), e a que investiga denúncias de que Renan seria o chefe de uma quadrilha que arrecadava propina em ministérios e autarquias administrados pelo PMDB, relatada por Almeida Lima (PMDB-SE).
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Ainda falta definir quem elaborará o parecer quanto às acusações de que Renan teria mandado um assessor seu espionar os senadores goianos Demóstenes Torres (DEM) e Marconi Perillo (PSDB). De acordo com Quintanilha, o relator desta que é a 5ª representação protocolada contra o presidente licenciado da Casa no Conselho de Ética deve ser definido até amanhã.
Até o momento, apenas a primeira representação contra Renan foi julgada. O senador alagoano inocentado em relação à denúncia de que teria usado um lobista da empreiteira Mendes Júnior para pagar despesas pessoais, assunto do primeiro processo aberto contra ele.
Novas denúncias
Além das quatro representações que tramitam no Conselho de Ética e da já votada pelo Plenário, o Psol estuda entrar com uma sexta representação contra o senador alagoano.
Caso seja confirmado, o novo pedido de abertura de processo de quebra de decoro parlamentar será baseado na denúncia divulgada no último final de semana pelo jornal O Estado de S. Paulo. Segundo o veículo paulista, Renan teria apresentado uma emenda para beneficiar uma empresa fantasma em nome de um ex-assessor seu.
“Se ele tivesse se afastado após o primeiro processo o clima não ficaria tão desagradável”, defendeu o representante do Psol no Senado, senador José Nery (PA).
Questionado sobre a possibilidade de ser apresentada esta sexta representação, Leomar Quintanilha, presidente do Conselho de Ética, disse que ela poderia “banalizar” os demais processos que já tramitam contra o presidente licenciado da Casa. Quintanilha ressaltou, no entanto, que “não haverá objeções” por parte da presidência do colegiado. (Rodolfo Torres e Soraia Costa)