O PT liberou seus 12 senadores para votarem de acordo com suas “consciências” na sessão de amanhã, que pode cassar o mandato do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O parlamentar é acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista.
De acordo com a líder petista no Senado, Ideli Salvatti (SC), que coordenou hoje (11) uma reunião da bancada do partido na Casa, “não houve pedido nem orientação de voto” no encontro. Ontem, dois senadores petistas, Delcídio Amaral (MS) e Eduardo Suplicy (SP), apresentaram um projeto de resolução para que a sessão que analisará o parecer que pede a cassação de Renan seja aberta. Os senadores petistas voltaram a pedir nesta tarde, no plenário do Senado, que a sessão seja aberta.
Por sua vez, os tucanos fecharam questão em torno do relatório dos senadores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS), que pede a cassação do mandato de Renan. “O PSDB, que em nenhum momento deste processo agiu açodadamente, chegou a essa decisão após longa maturação. De nenhuma forma, prejulgou ou negou ao acusado o direito à mais ampla defesa, garantia fundamental da democracia”, afirma a nota tucana. Segundo o líder do partido, Arthur Vigílio (AM), 12 dos 13 senadores da legenda prometem votar contra Renan. Só João Tenório (AL), aliado do presidente do Senado e do governador alagoano, Teotônio Vilela, vai apoiar Renan.
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”O PSDB votará a favor da instituição. A favor do Parlamento. Pelo retorno do respeito da sociedade ao Senado e ao Congresso Nacional”, complementa o texto.
O relatório de Casagrande e Marisa apresenta oito motivos para que Renan perca seu mandato. Entre eles, estão a evolução patrimonial do peemedebista e seus gastos pessoais incompatíveis com seus rendimentos. (Rodolfo Torres)
Confira a nota do PSDB:
"À sociedade brasileira,
Os senadores do PSDB, reunidos com a Comissão Executiva Nacional do partido e com os líderes tucanos na Câmara Federal, decidiram fechar questão a favor do relatório dos senadores Marisa Serrano e Renato Casagrande e, portanto, pela cassação do mandato do senador Renan Calheiros.
O PSDB, que em nenhum momento deste processo agiu açodadamente, chegou a essa decisão após longa maturação. De nenhuma forma, prejulgou ou negou ao acusado o direito à mais ampla defesa, garantia fundamental da democracia.
Pelo contrário, debruçou-se sobre as denúncias, analisando criteriosamente os fatos e as provas trazidas a público. Inicialmente, optou por propor ao senador Renan Calheiros que se afastasse da presidência da Casa, como forma de conferir transparência e imparcialidade às investigações.
Nossos passos seguintes foram a obstrução no plenário, ao lado dos Democratas (DEM), em protesto contra a presença do senador à frente da Mesa Diretora. Finalmente, apoiamos o relatório Marisa Serrano /Renato Casagrande, que se traduz na grave e necessária decisão agora anunciada.
O PSDB votará a favor da instituição. A favor do Parlamento. Pelo retorno do respeito da sociedade ao Senado e ao Congresso Nacional.
Ao longo de todo esse processo, o PSDB sempre caminhou com segurança e bom senso. Não recuou e não faltou ao Brasil.
Não faltará ao povo brasileiro."