O presidente do Conselho de Ética do Senado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO) aguarda um parecer técnico da consultoria legislativa do Senado sobre como deve ser a votação do parecer da primeira representação contra o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL).
De posse do documento, Quintanilha decidirá se a votação será aberta ou secreta. De acordo com a assessoria de Quintanilha, o parecer técnico deverá ser entregue amanhã. Porém, a sessão do Conselho de Ética será nesta quinta (30), às10h.
De acordo com um dos relatores, senador Renato Casagrande (PSB-ES), a consultoria manifestou que o voto deve ser secreto.
Além dessa questão, Quintanilha também decidirá se o voto do senador Almeida Lima (PMDB-SE), que defende a absolvição de Renan, será um voto em separado ou se será lido em plenário.
Na primeira representação, o peemedebista de Alagoas é acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista de uma empreiteira. Renan nega a acusação.
Parecer unificado
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Casagrande e Marisa Serrano (PSDB-MS) defendem que a votação deve ser aberta. Ao contrário de Almeida Lima, que chegou a ler a Constituição aos jornalistas para justificar sua posição pelo voto secreto.
“Se o voto for secreto, nem os relatores poderão manifestar conclusivamente a sua posição”, alertou Casagrande. “A minha avaliação é que o voto deve ser aberto porque nós temos dúvidas com relação às normas que orientam essa votação, dúvidas com relação à Constituição e ao regimento interno”, complementou.
Casagrande e Marisa devem apresentar um relatório em conjunto. Os parlamentares vão reunir-se ainda hoje para começar a trabalhar nos pontos de contradição entre a perícia da Polícia Federal e o depoimento de Renan ao Conselho de Ética.
“Nós ainda destoamos da certeza de inocência que o senador Almeida Lima tem com relação ao processo que envolve o presidente Renan Calheiros”, afirmou Casagrande.
Entre as dúvidas dos relatores, está a evolução patrimonial do parlamentar alagoano e os empréstimos que ele adquiriu para justificar desencontros em sua contabilidade.
“É importante que a sociedade brasileira continue acompanhando esse processo”, declarou Marisa Serrano. (Rodolfo Torres)