No dia em que o presidente do Congresso pode perder o mandato, poucas pessoas marcaram presença na Esplanada dos Ministérios. Não fossem as poucas placas anunciando um buzinaço contra Renan, que, diga-se de passagem, nem chegou a acontecer, e a presença de três manifestantes solitários com cartazes, seria possível dizer que não há qualquer mobilização popular na Esplanada.
Dentro do Congresso, a movimentação fica por conta dos jornalistas e dos seguranças que lotam os salões Verde (na Câmara) e Azul (no Senado). O acesso ao Salão Azul, que fica em frente ao plenário do Senado onde os senadores estão reunidos em sessão secreta, foi limitado.
A porta que liga as duas casas do Congresso está fechada e sob ela há apenas os cartazes deixados pelos manifestantes do Psol. Eles estampam frases como: "Chega de Corrupção. Fora Renan!" e "Adorador de bezerro de ouro. A história condena." Além disso, o Psol deixou ali as 60 mil assinaturas colhidas contra Renan durante abaixo-assinado promovido pelo partido e um cartaz com o desenho da bandeira do Brasil e assinaturas pedindo o fim do voto secreto.
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"É uma data importante para o país. Acho que o brasileiro tinha que ser mais participativo", reclama o professor de Educação Física Charlston Roberto Ferreira. Ele está sozinho segurando uma placa com os dizeres: "Sou brasileiro com muito orgulho. Fora Renan e sua tropa". Do outro lado do cartaz também há outro protesto: "Fora Renan! Caia fora do Senado, do meu País. O Povo".
Para Charlston, é um absurdo que o brasileiro se mobilize tanto para jogos de copa do mundo e para o carnaval, mas fique alheio a decisões de tal magnitude quanto a votação da cassação do presidente do Congresso. "Isso sim terá consequências para todos", lembra. (Soraia Costa)
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