Na semana passada, o Conselho de Ética rejeitou o parecer de Ronaldo Benedet (PMDB-SC) pedindo a cassação do mandato de Leréia por seu envolvimento com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Como ele foi rejeitado, Lopes deveria apresentar outro relatório para conduzir o voto vencedor. Ele poderia sugerir a absolvição ou uma pena alternativa, como sanção por escrito ou suspensão do mandato.
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Apesar de ter apresentado um ofício ao órgão afirmando ter desistido “em razão da elevada carga de trabalho e da impossibilidade de dedicação adequada ao caso”, Lopes foi convencido pelo presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PSD-SP), a deixar o caso. Segundo Izar, uma pessoa envolvida em uma denúncia de corrupção não poderia se manter como relator de um processo disciplinar. Ele deverá indicar o novo relator até hoje (30).
Liberação
Segundo Veja, o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, esteve no interior de Minas Gerais há duas semanas para a comemoração do aniversário do Lanagro, acompanhado por Mauro Lopes e por Newton Cardoso (PMDB-MG). Na ocasião, ele teria anunciado o investimento de R$ 120 milhões para o laboratório. No entanto, nos bastidores o ministro teria negociado a liberação dos recursos à contratação de empresas ligadas ao PMDB.
O caso foi denunciado à Comissão de Ética da Presidência da República, ao Ministério Público e ao próprio Ministério da Agricultura pelo presidente do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa), Wilson Roberto de Sá após ter conversado com o veterinário Ricardo Nascimento, coordenador do Lanagro. Nascimento foi quem sofreu o assédio moral cometido pelo ministro e pelos deputados.
Em resposta à revista, Mauro Lopes afirmou inicialmente que tudo não havia passado de um mal-entendido pois a conversa com o coordenador do laboratório teria se limitado apenas ao perfil dos funcionários terceirizados. Mas depois o parlamentar voltou atrás e negou que o ministro tivesse participado da conversa.
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