Os senadores Romeu Tuma (PFL-SP) e Eduardo Suplicy (PT-SP), integrantes da CPI dos Bingos, disseram nesta quinta-feira que a fuga da família do prefeito assassinado de Santo André (SP), Celso Daniel, do Brasil, devido a ameaças de morte, reforça a tese de que o crime praticado em 2002 tinha cunho político.
“Se há qualquer indício de perseguição, este aspecto reforça a tese de crime de mando, mas não constitui prova cabal”, afirmou Suplicy. Segundo ele, para que as ameaças sejam consideradas provas definitivas da motivação política do crime, os investigadores precisariam saber de quem partiram essas intimidações e em que termos foram feitas.
“Eu não estou indicando que o PT cometeu crime, porque partido não comete crime, mas tenho certeza de que o crime não é um seqüestro de oportunidade”, afirmou Romeu Tuma.
Segundo reportagem publicada hoje pelo jornal Folha de S. Paulo, o irmão caçula do ex-prefeito, Bruno Daniel e sua mulher, Marilena, e seus três filhos, já embarcaram para o exterior. Para os próximos dias, está programada a partida de um dos filhos do irmão mais velho do petista, João Francisco Daniel. O destino das viagens foi ocultado por questão de segurança.
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De acordo com Bruno e João Francisco, as ameaças começaram a chegar depois do depoimento de ambos, em 26 de outubro de 2005, à CPI dos Bingos. Na ocasião, os irmãos disseram que a morte de Celso Daniel está relacionada a um esquema de corrupção montado na Prefeitura de Santo André para financiar o PT.