Gilson Euzébio
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), e o governador eleito Paulo Hartung (PMDB) estão em guerra declarada: Casagrande acusa Hartung de patrocinar uma manobra para que a Assembleia Legislativa rejeite as contas de seu governo, relativas a 2013. Para ele, por pressão de Hartung, a Comissão de Finanças da casa rejeitou ontem (10) suas contas que já estavam aprovadas pelo Tribunal de Contas e pelo Ministério Público. Na segunda-feira, a proposta será votada no plenário.
Segundo Casagrande, Hartung age com o intuito de prejudicá-lo e afastá-lo da vida política. Caso tenha as contas rejeitadas, ele poderá ter os direitos políticos suspensos e ser barrado pela Lei da Ficha Limpa. “O pseudo fundamento é a meta fiscal não cumprida em 2013”, disse o governador em entrevista ao Congresso em Foco.
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Ele afirma que o próprio Hartung também descumpriu metas fiscais quando governou o estado: em 2006, Hartung tinha como meta um superávit de R$ 382 milhões, mas fechou com R$ 292 milhões. Já em 2009, tinha como meta um superávit de R$ 308 milhões e terminou com déficit de R$ 413 milhões. No ano de 2010, a meta era superávit de R$ 306 milhões e o déficit foi de R$ 752 milhões.
PublicidadeO importante, segundo o governador, é a saúde financeira do estado, e não o cumprimento de meta fiscal. Para ele, trata-se “unicamente de perseguição política”. “O governador eleito está tentando desconstruir o meu governo, quer atingir a minha imagem, mas no meu governo não tem irregularidade”, afirmou.
Embora tenha apoio na Assembleia, Renato Casagrande explica que um governador em fim de mandato tem menos poder do que aquele que está chegando. “Estou confiante que a Assembleia não deixará essa injustiça prosseguir. Tenho certeza que a justiça vai prevalecer”, comentou.
A assessoria de Paulo Hartung informou que ele não se manifesta sobre o assunto. Os dois se enfrentaram nas eleições de outubro, quando o peemedebista derrotou Casagrande ainda no primeiro turno. Hartung venceu com 53,4% dos votos.