Continua a busca da Polícia Federal (PF) por indícios que levem à autoria da produção e do vazamento do chamado “dossiê anti-FHC” na Casa Civil. Hoje (18), foram enviados à PF mais seis computadores e um pen drive (armazenador portátil de arquivos) operados por servidores da secretaria especial, que compilaram informações sobre gastos sigilosos do governo Fernando Henrique Cardoso com cartão corporativo.
No momento, a PF realiza perícia nos primeiros seis computadores apreendidos na Casa Civil na última terça-feira (8). O resultado das análises ainda não tem previsão de anúncio. Só a partir da conclusão desse trabalho é que os possíveis envolvidos na elaboração do dossiê devem começar a ser intimados para prestar depoimento.
Ambas as apreensões não precisaram de autorização judicial – como é praxe nesses casos –, uma vez que a própria Casa Civil concordou com a inspeção da polícia.
Há duas semanas, em entrevista coletiva convocada de última hora no Palácio do Planalto, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, alvo principal das denúncias da oposição quanto à responsabilidade pela produção do dossiê, levantou a hipótese de os computadores da secretaria terem sido “invadidos” por alguém com o objetivo de constranger o governo.
Na ocasião, a ministra adiantou que apenas cinco computadores seriam periciados pela PF. Ela mesma, inclusive, solicitou que a polícia investigasse o caso. Na semana passada, o ministro da Justiça, Tarso Genro, anunciou que a PF iria iniciar uma investigação apenas sobre o vazamento do dossiê para a imprensa.
A revista Veja e o jornal Folha de São Paulo publicaram as primeiras reportagens sobre o assunto, que tiveram desdobramentos políticos na CPI Mista dos Cartões Corporativos. Depois de declarar que já havia visto o dossiê antes mesmo de a CPI ser instalada, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) foi apontado pela base governista como possível responsável pelo vazamento. (Fábio Góis)