Parlamentares da oposição pediram, no final da manhã de hoje (5), na CPI dos Cartões Corporativos, o indiciamento da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Ela é acusada de ser a "mandatária" do dossiê contendo dados sigilosos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e pode ser indiciada por violação de sigiloso funcional e improbidade administrativa.
O relatório paralelo, lido pelo deputado Índio da Costa (DEM-RJ), e o relatório final apresentado por governistas, na última terça-feira (3), devem ser votados ainda esta manhã. No relatório final, o relator, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), sequer cita o episódio do dossiê, responsável por emplacar as maiores disputas durante os trabalhos da CPI, o que suscitou o texto alternativo redigido pela oposição.
Outros indiciados
O voto em separado, apresentado pelo DEM, PSDB e PSOL, solicita 37 pedidos de indiciamento, em diferentes esferas, e pedidos de aprofundamento da investigação.
Entre os pedidos, está o indiciamento da secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Alves Guerra, e da funcionária Maria de La Soledad, que são acusadas de ordenaram e coordenaram a confecção do dossiê. Indiciam ainda o ex-secretário de Controle Interno da Casa Civil José Aparecido Nunes, acusado de divulgar o dossiê.
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Uso irregular
O relatório alternativo pede que o Ministério Público aprofundem as investigações em relação ao uso indevido de cartões corporativos. Segundo o relatório, os ex-ministros Matilde Ribeiro, da Igualdade Racial; Benedita da Silva, da Assistência Social; Miguel Rosseto, do Desenvolvimento Agrário; Eunício Oliveira, de Comunicações; e Olívio Dutra, das Cidades, devem ser investigados, antes de serem alvo de indiciamento.
"Sabemos que a oposição não será ouvida. Mas solicitamos o aprofundamento das investigações que a CPI não foi capaz da fazer", afirmou o líder do DEM, senador José Agripino. O relatório alternativo também sugere investigar o ministro da Pesca, Altermir Gregolin. (Renata Camargo)
Atualizado às 11h33