A folia chegou mais cedo ao Conselho de Ética. O presidente do órgão, Ricardo Izar (PTB-SP), anunciou nesta sexta-feira que não haverá trabalhos na semana que vem por dois motivos: o feriado de Carnaval e a falta de disposição das testemunhas para depor na comissão às vésperas dos festejos do rei Momo.
Pelo Regimento Interno da Casa, o Conselho não tem poder para convocar depoentes como as CPIs. Como nenhuma das testemunhas arroladas pelo órgão nos cinco processos de cassação aceitou o convite para depor, o jeito foi adiar os trabalhos para depois das festas.
O ex-assessor da liderança do PP na Câmara João Cláudio Genu e Enivaldo Quadrado, um dos proprietários da Corretora Bônus-Banval, foram chamados para depor na próxima semana como testemunhas do processo contra o deputado José Janene (PP-PR), que já está atrasado em três meses. Eles responderam ao convite feito pelo Conselho solicitando que nova data seja marcada em março.
O Conselho também tentou agendar os depoimentos dos deputados Onyx Lorenzoni (PFL-RS) e Zulaiê Cobra (PSDB-SP). O pefelista, que iria falar sobre uma representação encaminhada contra ele ao órgão, disse que não poderia comparecer porque está viajando em missão oficial para a Alemanha até a próxima quarta-feira. Já a deputada tucana, que também é alvo de uma representação encaminhada pelo PT ao Conselho, informou não ter recebido convite algum.
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O colegiado convidou ainda para depor, na próxima semana, as outras testemunhas arroladas pela relatoria do caso contra o deputado José Janene. São elas: Simone Vasconcelos, Marcos Valério Fernandes de Souza e Eliane Alves. Os três são da empresa SMPB e foram apontados como operadores do “valerioduto” em depoimentos de outras testemunhas. Até o momento nenhum deles se pronunciou a respeito do convite feito pelo colegiado.
Custo elevado
O Conselho de Ética foi um dos principais motivos para a convocação extraordinária do Congresso, que custou R$ 95 milhões aos cofres públicos e, na opinião do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), poderia ter sido evitada.
Antes da convocação, Izar defendia que os trabalhos extras eram necessários para adiantar a conclusão dos 11 processos que tramitam no órgão antes da semana santa. Porém, nenhum parecer do Conselho foi votado em plenário durante a convocação.
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