A intenção do deputado Carlos William (PMDB-MG) de lutar pela retirada dos pedidos de indiciamento de pessoas ligadas ao Prece (vinculado à Companhia de Água e Esgoto do Rio) desencadeou esta manhã um dos momentos mais tensos durante a discussão do relatório do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) na CPI dos Correios.
Sub-relator do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) na CPI, Carlos William – aliado do grupo político do ex-governador do Rio Anthony Garotinho – bateu duramente no relator Osmar Serraglio. Indignado, o sub-relator de Fundos de Pensão, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), saiu em defesa de Serraglio. E acusou William de ter se aliado com os petistas para livrarem a Prece do texto final.
“Deputado Carlos William, o senhor é o defensor da Prece, todo mundo sabe!”, reagiu a deputada juíza Denise Frossard (PPS-RJ), outra defensora de Serraglio. “E Vossa Excelência a acusadora. Por que não prendeu todo mundo da Prece quando era juíza?”, gritou William, transtornado.
Em sua réplica, Denise lamentou nunca ter julgado nenhuma ação relativa a Prece quando era juíza, “senão, já estavam todos com algemas nas mãos”. A deputada ainda criticou William, deputado mineiro, por ter interesse especial com um fundo de pensão carioca.
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Ao longo das investigações da CPI, a conduta de Carlos William foi colocada sob suspeição. A cúpula da comissão teria recebido informações de que o deputado mineiro tinha estreitas ligações com os fundos de pensão, especialmente a Prece.
Em resposta, William disse que não admitia que nenhum parlamentar dissesse que ele estava defendendo os fundos. E se alguém achasse que estava com conduta indevida, que representasse contra ele no Conselho de Ética.