Deflagrada nesta manhã pela Polícia Federal, a Operação Liberdade descobriu que trabalhadores vindos de Bangladesh, na Ásia, eram recrutados para trabalhar ilegalmente num canteiro de obras em Samambaia, a 35 Km do centro de Brasília. A quadrilha aliciava os trabalhadores com falsas promessas de salário de US$ 1 mil a US$ 1.500 e cobravam até US$ 10 mil pela imigração ilegal. Os aliciados entravam no Brasil ilegalmente via Peru, Guiana Inglesa e Bolívia. Os policiais cumprem 14 mandados de busca e apreensão.
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José Eduardo Cardozo não quis entrar em detalhes sobre a operação e evitou comentar a suspeita de que os trabalhadores tenham atuado no programa federal. Ele disse que ainda receberá o relatório da operação, mas classificou a iniciativa como “muito importante”. “É uma operação muito importante que vai na linha do que nós temos feito até agora, ou seja, investigar o tráfico de pessoas e evidentemente nós estamos agindo dentro daquilo que está dado”, declarou.
Para o ministro, a discussão sobre o tema na sociedade tem crescido e isso facilita o trabalho das polícias e da Justiça. “A grande dificuldade que nós tínhamos era justamente chegar a situações de denúncia. Ele é um crime subterrâneo. O fato de esse tema ter sido pautado socialmente faz com que as pessoas se sintam mais animadas a informar, a denunciar”, disse. O tráfico de pessoas ganhou maior projeção nacional nos últimos meses após ser retratado na novela Salve Jorge, da TV Globo.
O presidente da CPI da Câmara que investiga o tráfico de pessoas, Arnaldo Jordy (MD-PA), informou que irá apresentar um pedido de convocação dos suspeitos de participação neste caso.
Além de eventuais empreiteiros envolvidos no negócio, o presidente da CPI pretende chamar autoridades do governo federal, caso se confirme a informação de que os estrangeiros trabalhariam em obras do Minha Casa Minha Vida – programa conduzido pelo Ministério das Cidades.
“Chama a atenção da CPI o fato de estas pessoas serem recrutadas na Ásia, já que até o momento tínhamos registros apenas de trabalhadores traficados de países vizinhos ao Brasil e no Haiti para serem explorados por aqui. A construção civil e a indústria têxtil figuram na lista dos setores que foram flagrados explorando a mão de obra estrangeira”, disse Jordy em nota.
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