O sub-relator de Contratos da CPI dos Correios, José Eduardo Cardozo (PT-SP), disse ter estranhado os saques, sem procuração, de mais de R$ 3 milhões feitos pelo motorista da diretoria da Skymaster Éder Jouber Ribeiro Cabo Verde. “É uma “estranha coincidência logo após ter entrado para a empresa ter feito esses saques”, afirmou, no depoimento que começou há pouco. O motorista entrou na empresa em agosto de 2002 e, três meses, começou a fazer saques.
Mesmo sem ter procuração, Éder endossara mais de 90 cheques para a empresa entre os dias 24 de novembro de 2002 e 26 de abril de 2005. Esses cheques já tinham sido endossados pela direção da empresa que realiza transporte noturnos para o Correio. A legislação proíbe dois endossos a um cheque. “Vou pedir informações ao Banco Real porque isso ocorreu”, observou Cardozo. “Também pedirei informações ao Banco Central sobre essas operações”.
O motorista era subordinado a Reginaldo Reges Menezes Fernandes, encarregado do departamento financeiro da Skymaster. Embora fosse junto com Reginaldo, Éder disse achar “normal” ter feito esses saques, que giravam em torno de R$ 25 mil a 100 mil. Ele nem sempre conferia o dinheriro sacado.
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O depoimento ocorre na reunião na sala 2 da ala Nilo Coelho, no Senado.