Lúcio Lambranho e Rodolfo Torres
Além do compromisso de apoio mútuo num eventual segundo turno, os candidatos à presidência da Câmara Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Ciro Nogueira (PP-PI) estão incentivando nos bastidores as candidaturas avulsas de deputados aos demais cargos da Mesa Diretora. A estratégia promete tirar votos de Michel Temer (PMDB-SP), pois os avulsos devem ganhar apoio interno principalmente no DEM, no PSDB e no PR.
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Com a exceção da 1ª vice-presidência, que na chapa de Michel Temer tem como candidato o deputado Marco Maia (PT-RS), os demais cargos já estão sendo disputados por deputados insatisfeitos com a decisão dos seus partidos de se unirem ao chamado blocão – que oficializou anteontem (27) a chapa de coalizão a favor de Temer.
Aldo e Ciro vão chegar ao pleito sem uma Mesa “fechada”. Os dois usam esse artifício justamente porque apostam que as candidaturas avulsas atrairão votos de deputados descontentes com as definições pré-estabelecidas pelos líderes partidários.
A formação de um bloco com 14 partidos (PMDB, PT, PSDB, DEM, PR, PDT, PTB, PV, PPS, PSC, PHS, PTdoB, PTC e PRB) em apoio à candidatura de Temer abriu caminho para que parlamentares dessas siglas disputem, de forma isolada, todos os cargos da Mesa Diretora da Câmara (à exceção do cargo de presidente que, regimentalmente, pode ser pleiteado por qualquer um dos 513 deputados).
"Ciro tem conversado com todos os deputados que têm candidatura avulsa, mas isso não quer dizer que existe um apoio às suas candidaturas e vice-versa. O apoio deles ao Ciro não pode ser público, pois seus partidos fecharam com o Temer", conta Léo Alcântara (PR-CE), um dos coordenadores da campanha de Ciro Nogueira.
“É muito provável que tenhamos candidatos avulsos para todos os cargos da Mesa”, avalia o líder do PSB, Rodrigo Rollemberg (DF), um dos articuladores da candidatura de Aldo Rebelo. “Cada cargo é uma eleição. É um processo dinâmico”, complementa o parlamentar.
Proporcionalidade
A disputa avulsa ocorre justamente porque os cargos são preenchidos de acordo com a proporção do partido ou do bloco partidário. Ou seja, mesmo um partido pequeno que faz parte do blocão pode lançar candidatura a um cargo que requer uma representação maior. Caso estivesse isolado, pelo princípio da proporcionalidade, esse mesmo partido não poderia lançar candidatura aos demais cargos da Mesa.
Para o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), que também é candidato à presidência da Câmara, a formação do bloco ampliou muito as candidaturas avulsas.
"A criação do blocão nada mais é do que uma reação a ‘tsunami’ de traições que a candidatura de Temer espera encontrar no dia da eleição. Mas, ao invés de unir os partidos, criou a possibilidade para que candidatos de todos os 14 partidos possam concorrer aos demais cargos", explica Serraglio.
Principal "algoz"
Além dos avulsos apoiados por Ciro e Aldo, deputados ouvidos pelo site disseram que o principal "algoz" de Temer na Câmara é o também peemedebista senador Renan Calheiros (AL). Segundo essas mesmas fontes, Renan quer enfraquecer Temer e conseguir, além da liderança do par