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Castro foi um dos últimos a lançar candidatura. Mesmo assim recebeu 28 votos, enquanto Osmar Serraglio, o mais identificado com Cunha, apenas 18. Um expressivo grupo de 20 deputados não votou no segundo turno, entre eles o próprio Cunha, que não pode frequentar a Casa por determinação do Supremo Tribunal Federal. A tendência é que esta “bancada” forme a banda da sigla que tem a influência do ex-presidente. Além de Castro e Serraglio, os candidatos do PMDB eram Fábio Ramalho (MG), recém filiado à legenda, e Sérgio Souza (PR).
Os deputados do PMDB não seguiram a orientação da direção nacional da legenda, que preferia não lançar nome à presidência da Câmara para não ser identificada com o Executivo e o presidente interino Michel Temer. Além do Planalto, a legenda já ocupa as presidências do Congresso, com Renan Calheiros (AL), a principal comissão da Câmara, com Serraglio, e ministros próximos a Temer. Com a maior bancada, o partido pode requerer a presidência ou a relatoria de comissões temporárias que tratam de projetos de lei de repercussão. Este é o critério do regimento interno da Casa (o da proporcionalidade, que dá preferência de indicação ao partido mais numeroso).
Mas eleição de Marcelo Castro não significaria uma vitória do Planalto ou da direção do partido. Ele é da legenda de Temer, mas foi contra a abertura do processo que afastou Dilma Rousseff. Declarou que não via como crime de responsabilidade as “pedaladas fiscais” do governo petista.
Castro é um homem franco. Médico psiquiatra, no auge do surto de zika vírus disse que o país estava perdendo a guerra contra o mosquito aedes aegypti. Se conseguir ser eleito, não será controlável e representará uma derrota da cúpula do PMDB e do Palácio do Planalto.
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