Parlamentares que buscam um nome alternativo para as candidaturas de Aldo Rebelo (PCdoB-SP), atual presidente da Câmara, e Arlindo Chinaglia (PT-SP), líder do governo na Casa, à presidência da Câmara dos Deputados, participaram hoje (8) de uma reunião, em São Paulo, e falaram com exclusividade ao Congresso em Foco sobre os desfechos do encontro.
O deputado federal Gustavo Fruet (PSDB-PR) disse que, se mantidas as candidaturas de Aldo e Chinaglia, uma terceira candidatura será lançada. "O terceiro nome não será apenas para marcar posição, será um nome lançado para valer, com chances de ganhar as eleições", afirmou.
Por isso mesmo, o grupo espera contar com o apoio dos grandes partidos, como PMDB e PT, e já descartou a candidatura de Fernando Gabeira (PV-RJ), Luiza Erundina (PSB-SP) e Raul Jungmann (PPS-PE).
Ainda hoje o deputado federal recém-eleito José Anibal (PSDB-SP) tentará falar com o presidente do PMDB, Michel Temer, para defender o lançamento de um terceiro nome para a presidência da Câmara. Amanhã (9), às 11h, os deputados Raul Jungmann (PPS-PE) e Luiza Erundina (PSB-SP) têm encontro marcado com Temer para falar sobre o assunto. Também amanhã, o PMDB fará votação para definir se lançará candidatura própria ou apoiará um dos dois candidatos já lançados, Aldo ou Chinaglia.
Leia também
"Queremos lançar alguém com perfil republicano, que esteja longe dos escândalos e que esteja em um grande partido", disse Raul Jungmann. "A melhor opção é o PMDB, mas houve um consenso de não considerarmos nomes antes de conversar com as lideranças dos partidos", completou ele.
Projeto alternativo
Raul Jungmann, Gustavo Fruet e outros 15 parlamentares de oito partidos (PPS, PSB, PV, PSOL, PMDB, PSDB, PFL e PTB) participaram da reunião para definir as propostas da candidatura alternativa. O encontro durou cerca de três horas, acabou pouco antes das 17h, e resultou em um documento intitulado "Autonomia, transparência e combate à corrupção", no qual os parlamentares estabelecem as metas pretendidas com o lançamento do terceiro nome para a eleição da Câmara.
O grupo defende a reaproximação com a sociedade, a autonomia do Parlamento, a atualização do regimento interno da Câmara, o voto aberto e a eleição de um presidente que não tenha se aproximado dos escândalos envolvendo a legislatura que está se encerrando.
"Pedimos a defesa da transparência, a racionalização dos gastos na Câmara e a elaboração de medidas para evitar o excesso de emendas", explicou Gustavo Fruet. "Temos que evitar a armadilha de tomar o movimento como oposicionista. É um movimento pelo fortalecimento da Câmara", acrescentou o tucano.
"A candidatura de Aldo e Chinaglia representa a manutenção da subserviência com relação ao Palácio do Planalto", argumenta Raul Jungmann. "Elas não rompem com a legislatura passada e dificilmente conseguirão colocar a Câmara nos trilhos e longe dos escândalos", defende.
Para o líder do Psol na Câmara, deputado Chico Alencar (RJ), o maior problema não são os nomes, mas a falta de proprostas apresentadas pelos candidatos. "É claro que agora, com a nossa provocação, eles vão começar a falar que apóiam isso ou aquilo. Mas até agora nada de concreto foi apresentado", disse o deputado.
O grupo que defende o projeto alternativo dedicará o restante da semana para conversar com líderes dos partidos. Uma nova reunião foi marcada para a terça-feira da próxima semana (16), às 15h, no Congresso. "No encontro faremos uma avaliação de como foi o diálogo com os líderes para saber como a proposta foi aceita. Agora é contagem regressiva", disse Fruet.
Leia outras notícias relacionadas ao assunto:
Deputados "alternativos" querem encontro com Temer
Temer: apenas Aldo e Chinaglia devem disputar Câmara
Jungmann: candidaturas são "farinha do mesmo saco"
Gabeira diz que não é popular entre os deputados
Fontana acredita em consenso da base em dez dias
Deixe um comentário