Rudolfo Lago
No quarto bloco do debate UOL/Folha, os candidatos à Presidência tiveram de sair de saias justas impostas pelas perguntas feitas pelos internautas. As perguntas provocaram as primeiras manifestações da platéia, com apoiadores de cada candidato aplaudindo a dificuldade imposta aos adversários.
Dilma Rousseff, do PT, foi a primeira vítima. O internauta comentou que ela dissera que índio da Costa, (DEM), o vice de José Serra, do PSDB, era um candidato “improvisado”. Lembrou, então, que Dilma não tinha experiência política e fora escolhida depois da derrocada dos preferidos do PT, José Dirceu e Antonio Palocci, no episódio do mensalão. “A senhora não é também improvisada?”, perguntou o internauta. “Eu acredito que sou uma política não tradicional. Não tive a experiência parlamentar, mas tive a experiência administrativa”, respondeu Dilma, apontando os cargos que ocupou, de secretária de Minas e Energia no Rio Grande do Sul e ministra das Minas e Energia e da Casa Civil no governo Lula.
A pergunta para Serra referia-se à aliança com o DEM, um partido conservador e ligado a denúncias de fisiologismo. “O senhor é um candidato das elites?”, perguntou o internauta. Serra lembrou sua origem humilde, a militância como líder estudantil, que lhe valeu o exílio, e os cargos que ocupou. “A minha atuação sempre esteve voltada para os setores mais pobres da sociedade”, garantiu.
A pergunta para Marina tinha como alvo o apoio das grandes empresas, possibilitado pela presença na chapa do dono da Natura, Guilherme Leal, como vice de Marina. “Essas empresas, as empreiteiras como Camargo Corrêa, estão entre os maiores doadores de campanha. A senhora acha que eles doam por amor ao Brasil?”, perguntou o internauta. “Se não é por amor, que seja por pudor”, respondeu Marina. “Pudor à legislação”.
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