O tema do dia de hoje dos presidenciáveis, nos programas eleitorais gratuitos na TV, foi a educação. Essa foi a única novidade, já que todos mantêm a postura adotada nos dias anteriores: não endurecer muito o discurso contra o presidente Lula, candidato à reeleição (com exceção da senadora Heloísa Helena, do Psol, e José Maria Eymael, do PSDC).
O "presidente da educação", senador Cristovam Buarque (PDT), continua defendendo o investimento na educação como o caminho para mudar a atual realidade brasileira. "Estamos vivendo uma guerra civil (…) e eu sei como resolver isso", declarou o candidato, afirmando que a educação é a melhor alternativa para tirar os jovens do crime.
Quanto a "Geraldo", estratégia usada pelo candidato tucano para melhorar a imagem com o eleitorado pobre, aproveitou boa parte do programa para destacar as conquistas alcançadas enquanto governador de São Paulo na área de educação. Um dos avanços obtidos foi o programa "Escola da Família", que abre as dependências das instituições públicas de ensino aos fins de semana para a comunidade.
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Além disso, Geraldo Alckmin (PSDB) apresentou algumas propostas para o setor: aumento do número de creches, para que as mães tenham onde deixar os filhos enquanto estão no trabalho; capacitação de professores; e firmar cinco horas diárias de estudo para todos os jovens matriculados em escolas pública e privada.
Já o candidato petista, mostrou a fundo o programa Bolsa Família, principal bandeira da campanha. "Para onde eu vou, ouço elogios ao Bolsa Família. E que outros países querem copiá-lo", afirmou Lula. Um dos pontos ressaltados pelo candidato foram as exigências governamentais para o recebimento do benefício: a família só ganha o dinheiro se matricular os filhos na escola e levá-los para vacinação, além da gestante ter de fazer o pré-natal.
Lula ainda destacou que os investimentos na área de transferência de renda aumentaram de R$ 2 bilhões, na era FHC, para R$ 8 bilhões, nos últimos 44 meses.
Saindo do tema educação, Luciano Bivar (PSL) permanece defendendo a redução da carga tributária. O candidato, inclusive, prometeu a instauração do imposto único. Com ele, as pessoas não precisariam mais declarar o Imposto de Renda nem as empresas descontariam tanto do contra-cheque do trabalhador. Menos impostos, mais emprego, constatou Bivar em um minuto de programa.
Por fim, as críticas mais duras ao petista, vieram da candidata do Psol e do concorrente ao Planalto pelo PSDC. Heloísa Helena acusou, não só Lula, mas também outros adversários de utilizarem o espaço eleitoral para enganar a população. "Tem candidato que usa boa parte do tempo para mentir. E mentir descaradamente", criticou.
O "candidato cristão", José Maria Eymael, já foi mais direto. Primeiro apontou para uma cadeira vazia, fazendo referência à ausência do presidente Lula no debate promovido pela Rede Bandeirantes, no dia 14 de agosto. Depois colocou a culpa dos principais problemas do país na falta de comando do petista. "Por que não há qualidade na saúde, educação (…) segurança? Porque a cadeira está vazia", disse. (Renaro Cardozo)