A Polícia Federal prendeu 11 pessoas acusadas de fraudar provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nesse domingo (6). Segundo os policiais federais, integrantes da quadrilha cobravam de R$ 150 mil a R$ 180 mil para repassar informações aos candidatos. Para isso, os líderes grupo utilizavam equipamentos como central telefônica e ponto eletrônico para repassar, por telefone, as respostas aos estudantes envolvidos no esquema. Um dos presos é secretário da Saúde no município de Alto Santo, no Ceará. Além do gestor, preso em Fortaleza, foram detidas outras dez pessoas em Montes Claros, em Minas Gerais. O grupo era monitorado há duas semanas pela PF e atendia principalmente candidatos ao curso de Medicina.
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De acordo com a Operação Embuste, a quadrilha enviava o gabarito para os candidatos, que recebiam as respostas por um microponto colocado no ouvido e uma central telefônica ligada ao peito ou braço. Os detectores de metal não identificaram o ingresso desses equipamentos nas salas onde eram aplicadas as provas. Os acusados devem responder por crimes contra a fé pública e o patrimônio. As penas previstas para esses tipos de crime somam até 20 anos de prisão.
Policiais federais vão se reunir com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela organização do exame em todo o país, após a divulgação do gabarito das provas, para analisar novos indícios de fraudes.
Ao todo, 5,8 milhões de estudantes fizeram as provas em todo o Brasil. O índice de abstenção foi de 30%, considerado dentro da normalidade pelo Ministério da Educação. Cerca de 770 candidatos foram eliminados devido a atraso, falta de caneta preta para fazer a prova ou por tentar utilizar aparelho celular.
A Embuste não foi a única operação deflagrada pela Polícia Federal para coibir fraudes no Enem. A Operação Jogo Limpo, realizada nos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba, Tocantins, Amapá e Pará, cumpriu 22 mandados de busca e apreensão de pessoas suspeitas de ter fraudado o Enem e que fariam a prova novamente este ano. De acordo com a PF, foram identificadas 22 pessoas que apresentaram respostas suspeitas de fraude, a partir da análise de gabaritos apresentados em anos anteriores.