De nada adiantou a formação do bloco parlamentar com partidos de oposição ao governo Michel Temer na eleição interna da Câmara e compostos, teoricamente, por 90 deputados do PT, PDT e PCdoB. O deputado André Figueiredo (PDT-CE) conseguiu apenas 59 votos na sua campanha pela presidência da Casa, 40 a menos que o total de parlamentares que fazem parte das três legendas.
André Figueiredo conquistou menos votos que a bancada de 65 petistas eleita em 2014 e apenas 38 a mais que a bancada do próprio partido, o PDT. O PCdoB, que também forma o bloco, votou pela reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ), como anunciou o líder da bancada, Daniel Almeida (BA). O argumento dos comunistas foi de que é preciso fortalecer o Legislativo e a reeleição de Maia é o melhor caminho para isto.
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O PCdoB tem uma gratidão eterna ao presidente da Casa porque, quando foi relator das propostas de reforma política em 2007 e no ano passado, Maia impediu a aprovação na emenda constitucional da cláusula de barreira, mecanismo que limitava o funcionamento dos partidos com pouca representação no Legislativo e impedia o acesso ao fundo formado com dinheiro público destinado ao financiamento dos partidos políticos.
Com o bloco de 90 deputados, o grupo de partidos de oposição terá chance de ocupar as presidências de algumas comissões permanentes. Mas dificilmente poderá ocupar o comando de colegiados importantes, como a de Constituição e Justiça, a de Fiscalização e Controle ou as que tratam de infra-estrutura. Estas comissões serão ocupadas prioritariamente por aliados de Rodrigo Mais. O presidente da Câmara já indicou, por exemplo, o deputado Arthur Maia (PPS-BA), relator da emenda da reforma da Previdência enviada à Câmara pelo governo.
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