Renata Camargo
O ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal Durval Barbosa diz que decidiu delatar à Polícia Federal o esquema de corrupção envolvendo a cúpula do governo José Roberto Arruda (DEM) após se sentir perseguido pelo governador, em operação que, segundo ele, estava sendo orquestrada em conjunto com o presidente do jornal Correio Braziliense, Álvaro Teixeira da Costa.
A justificativa aparece nos autos do Inquérito 605, que corre no Superior Tribunal de Justiça (STJ), no qual Durval colaborou com as investigações, no intuito de reduzir sua pena. No documento, Durval alega que, em acordo com Arruda, o presidente do Correio Braziliense se uniu ao governador com o objetivo de mover uma “campanha difamatória” contra ele. Trata-se do mais importante jornal da capital federal e um dos principais veículos do grupo Diários Associados.
Segundo Durval, um amigo em comum entre ele e uma jornalista do Correio Braziliense foi a fonte da informação quanto à decisão de mover a tal “campanha difamatória” contra o ex-secretário. Ele conta que, ao tomar conhecimento do assunto, procurou o governador Arruda na casa de transição do governo, na QI 5 do Lago Sul. Na ocasião, sempre conforme o relato de Duval, Arruda se comprometeu a poupá-lo.
Mas o ex-secretário acrescenta que, ainda assim, Arruda pediu empenho de alguns membros do Ministério Público para desmoralizá-lo. E, em seguida, pediu o auxílio de membros do Tribunal de Contas do Distrito Federal para apurar todas ações e projetos feitos por Durval durante sua gestão na Companhia de Desenvolvimento do Planalto (Codeplan), autarquia que o ex-secretário de Relações Institucionais comandou durante o governo Joaquim Roriz.
Segundo Durval, Arruda começou a persegui-lo desde o fim das eleições de 2006, após eleger-se governador, com a finalidade de se livrar do compromisso de preservar seu ex-secretário. No caso da “campanha difamatória”, Durval afirma que a intenção era minimizar a importância dele na campanha vitoriosa de Arruda ao governo do DF.
Nem o governador Arruda nem o presidente do Correio Braziliense se posicionaram até agora sobre as alegações de Durval. O Congresso em Foco entrou em contato com o jornal Correio Braziliense e tentou, por várias vezes, contato com a assessoria do governo Arruda. O site ainda aguarda o retorno de ambos.
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