Em manifestação enviada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PSDB afirmou que a campanha de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) na eleição presidencial de 2014 promoveu um “engenhoso e inovador esquema de caixa dois”. A manifestação foi feita no âmbito do processo que apura se a chapa Dilma-Temer cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger. A reportagem foi publicada no jornal O Estado de S.Paulo.
“Com efeito, a partir do levantamento do sigilo bancário e das diligências que se lhe seguiram (…), constata-se a existência de manifesto falseamento da verdade também em relação a expressivos recursos dispendidos na campanha, viabilizando-se a formação de um montante fabuloso de recursos manipulados à revelia dos controles estabelecidos pela Justiça Eleitoral, mediante engenhoso e inovador esquema de caixa dois”, dizem os advogados do PSDB, em manifestação protocolada na segunda-feira, 6.
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No dia 27 de dezembro, a Polícia Federal realizou buscas e apreensões nas gráficas Red Seg Gráfica, Focal e Gráfica VTPB, que prestaram serviços para a campanha de Dilma e Temer em 2014.
Foram cumpridas diligências em Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina, em cerca de 20 locais – dentre eles, nas sedes das empresas Red Seg Gráfica, Focal e Gráfica VTPB, além de outras empresas subcontratadas por elas.
O Ministério Público Eleitoral (MPE) já encontrou “fortes traços de fraude e desvio de recursos” ao analisar as informações colhidas com a quebra do sigilo bancário dessas três gráficas.
PublicidadeA defesa do presidente Michel Temer informou na segunda-feira, 6, ao TSE que a conta de campanha do então candidato a vice na chapa encabeçada por Dilma não foi responsável pelo pagamento dos serviços prestados por essas três gráficas.
Em uma tentativa de se desvencilhar de supostas irregularidades, a defesa do peemedebista afirmou ao TSE que foi a conta da campanha de Dilma que contratou o serviço das gráficas. Delator da Odebrecht, no entanto, já afirmou à força-tarefa que a empresa fez doação ilegal à chama de R$ 30 milhões.
Documentos
A defesa da ex-presidente apresentou no ano passado ao TSE uma série de documentos que apontam que o então candidato a vice foi o beneficiário de uma doação de R$ 1 milhão feita pela Andrade Gutierrez. O executivo Otávio Azevedo, ex-presidente da empresa, chegou a depor no TSE, em setembro do ano passado, sobre a doação ilegal de R$ 1 milhão a Temer, segundo ele, mas dois meses depois mudou sua versão, negando que o valor fosse propina. Na época, o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, afirmou que a campanha eleitoral foi feita pelos dois candidatos.
A defesa de Dilma nega irregularidades e pede que seja feita uma perícia complementar.