Avancini fez a afirmação ao responder pergunta do relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), a respeito da origem dos recursos pagos como propina. “Esses pagamentos decorriam do superfaturamento das obras ou da taxa de lucro das empresas, como disse Paulo Roberto Costa?”, perguntou o relator.
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“Isso é complexo. Os agentes cobravam propina até mesmo em projetos que geravam prejuízos. Mas havia contratos em que houve lucro. É difícil dizer se sai da margem ou não. Varia de contrato a contrato”, disse.
O presidente da Camargo Corrêa confirmou o que já havia dito o ex-gerente de Tecnologia da Petrobras Pedro Barusco, a respeito da lisura do processo de licitação da Petrobras, mas disse que qualquer diretor da Petrobras poderia perceber que as empresas combinavam entre si os preços que cobravam pelos contratos.
“Na Petrobras existe um sistema de cadastro em que as empresas convidadas (para disputar os contratos) eram sempre as mesmas. Normalmente esse grupo de empresas já era conhecido. Excepcionalmente entravam outras empresas. Qualquer diretor da Petrobras poderia saber que havia combinação entre as empresas”, disse.
Planilha de custo
Avancini afirmou também que as propinas pagas a diretores da Petrobras eram contabilizadas como “despesas” na planilha de custo dos projetos. “Isso aparecia dentro do custo da obra. Era uma despesa contabilizada dentro dos projetos”, disse. Segundo ele, isso era feito, contabilmente, como pagamentos a empresas de fachada ou serviços de consultoria. “A Camargo não usa caixa dois”, ressaltou.
O executivo disse que o doleiro Alberto Youssef era o operador do PP e a pessoa que intermediava os pagamentos para a Diretoria de Abastecimento, ocupada por Paulo Roberto Costa. “Ele era um facilitador. Quando era preciso que se agilizasse um pagamento, isso era feito por ele e havia cobranças de propina.” A CPI está reunida no plenário 1.