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Apesar de ter perdido para o PSDB a prefeitura da maior cidade brasileira, o PT emplacou o ex-senador Eduardo Suplicy (PT) como o vereador mais votado da história do país, com 301.446 votos, e evitou a sangria de sua bancada na Câmara Municipal de São Paulo. Caiu de dez para nove representantes na Casa, número que ainda lhe garante a dianteira na oposição ao novo prefeito João Doria. Apenas o PSDB, com 11, elegeu mais vereadores na cidade. Com os aliados, Doria deve formar maioria parlamentar. Além dele, pelo menos outros 13 prefeitos começarão o mandato com base suficiente para aprovar propostas de seu interesse. Outros sete devem enfrentar uma oposição mais numerosa. Nos demais casos, a situação é indefinida, podendo pender para um lado ou outro devido ao grande número dos autodeclarados independentes.
Pulverização partidária
Comemoradas por seus adversários, que viram nelas consequência do desgaste nacional do partido, as baixas do PT não foram ocupadas por nenhuma legenda em especial. O que houve foi uma pulverização. Todas as 33 siglas que lançaram candidatos em 2016 conquistaram ao menos uma cadeira. Nunca tantos partidos elegeram tantos vereadores (apenas o PCO e o PSTU não serão representados). Os votos perdidos pelo PT ajudaram a dar musculatura a siglas médias e pequenas. Entre as principais agremiações, apenas o PSDB registrou crescimento. Ainda assim, foi de apenas 4,1%. Saltou de 5.146 para 5.355 eleitos.
O PMDB, do presidente Michel Temer, segue no topo das legendas com mais cadeiras nos legislativos municipais, a exemplo do que ocorre no Congresso. Ainda assim, terá 3,5% menos vereadores na nova legislatura, em comparação com a iniciada há quatro anos (7.551, em 2016, ante 7.825, em 2012). Entre os partidos que fazem oposição a Temer, o PDT foi o único que aumentou sua bancada (5,4%). Os governistas PTB e DEM também viram suas representações minguarem (recuo de 12,7% e 9,7%, respectivamente).
Mesmo com a reserva de 30% das vagas para um dos sexos (na prática, uma cota para as mulheres), a representação feminina ficou bem aquém da realidade do eleitorado nacional. Grande parte das candidatas foi registrada pelos partidos apenas para o preenchimento da cota. Muitas das que conseguiram levar adiante suas candidaturas esbarraram em velhos problemas, como falta de recursos e pouco tempo no horário eleitoral gratuito. As mulheres vão ocupar apenas 13,5% das vagas nos parlamentos municipais, praticamente o mesmo índice registrado há quatro anos (13,3%). Entre as eleitas está a campeã de votos em Belo Horizonte, a cientista política negra Áurea Carolina (Psol).As câmaras municipais de Natal, com 28% de vereadoras, de Curitiba, com 21%, e de São Paulo, com 20%, são as que terão maior representação feminina, proporcionalmente. Em Cuiabá, nenhuma mulher se elegeu. Em cinco capitais, as mulheres vão ocupar menos de 10% das cadeiras: Belém, Aracaju, Vitória, Campo Grande e Florianópolis.
Na primeira eleição municipal em que os candidatos tiveram de declarar sua cor, os autodeclarados brancos predominaram, com 57,1% das vagas nas câmaras municipais. Logo depois aparecem os pardos, com 37%. Os negros ficaram com apenas 5% das cadeiras, os amarelos com 0,5% e os indígenas, com 0,2%. A maior parte dos vereadores tem menos de 50 anos. Ao todo, 117 têm 18 ou 19 anos. Outros 4.197 estão na faixa de 20 a 29 anos. Quase 16 mil informaram ter entre 30 e 39, ao passo que quase 20 mil declararam ter entre 40 e 49 anos.
Veja mais curiosidades sobre os novos vereadores:
Variação no número de vereadores, por partido, de 2012 para 2016:
PMDB
2016 7.551 (-3,5%)
2012 7.825
PSDB
2016 5.355 (4,1%)
2012 5.146
PP
2016 4.730 (-2,3%)
2012 4.840
PSD
2016 4.623 (1,2%)
2012 4.570
PDT
2016 3.756 (5,4%)
2012 3.563
PSB
2016 3.625 (4%)
2012 3.042
PTB
2016 3.042 (-12,7%)
2012 3.484
PR
2016 3.024 (-2,8%)
2012 3.110
DEM
2016 2.898 (-9,7%)
2012 3.209
PT
2016 2.795 (-44,8%)
2012 5.067
Situação dos prefeitos nas câmaras municipais das capitais:
Aracaju
Edvaldo Nogueira (PCdoB)
Base aliada 8
Oposição 14
Independentes ou indefinidos 2
Belém
Zenaldo Coutinho (PSDB)
Base aliada 18
Oposição 12
Independentes ou indefinidos 5
Belo Horizonte
Alexandre Kalil (PHS)
Base aliada 14
Oposição 16
Independentes ou indefinidos 11
Boa Vista
Teresa Surita (PMDB)
Base aliada 8
Oposição 13
Campo Grande
Marquinhos Trad (PSD)
Base aliada 8
Oposição 17
Independentes ou indefinidos 4
Cuiabá
Emanuel Pinheiro (PMDB)
Base aliada 11
Oposição 14
Curitiba
Rafael Greca (PMN)
Base aliada 20
Oposição 9
Independentes ou indefinidos 9
Florianópolis
Gean Loureiro (PMDB)
Base aliada 12
Oposição 5
Independentes ou indefinidos 6
Fortaleza
Roberto Cláudio (PDT)
Base aliada 31
Oposição 10
Independentes ou indefinidos 2
Goiânia
Iris Rezende (PMDB)
Base aliada 16
Oposição 19
João Pessoa
Luciano Cartaxo (PSD)
Base aliada 16
Oposição 11
Macapá
Clécio Luís (Rede)
Base aliada 10
Oposição 13
Maceió
Rui Palmeira (PSDB)
Base aliada 13
Oposição 7
Independente ou indefinido 1
Manaus
Arthur Neto (PSDB)
Base aliada 19
Oposição 18
Independentes ou indefinidos 5
Natal
Carlos Eduardo (PDT)
Base aliada 11
Oposição 3
Independentes ou indefinidos 14
Palmas
Amastha (PSB)
Base aliada 8
Oposição 6
Independentes ou indefinidos 5
Porto Alegre
Nelson Marchezan Jr (PSDB)
Base aliada 11
Oposição 7
Independentes ou indefinidos 18
Porto Velho
Dr. Hildon (PSDB)
Base aliada 4
Oposição 17
Recife
Geraldo Julio (PSB)
Base aliada 31
Oposição 6
Independentes ou indefinidos 2
Rio Branco
Marcus Alexandre (PT)
Base aliada 12
Oposição 5
Rio de Janeiro
Marcelo Crivella (PRB)
Base aliada 36
Oposição 8
Independentes ou indefinidos 8
Salvador
ACM Neto (DEM)
Base aliada 30
Oposição 10
Independentes ou indefinidos 3
São Luís
Edivaldo Holanda Jr (PDT)
Base aliada 24
Oposição 7
São Paulo
João Doria (PSDB)
Base aliada 34
Oposição 11
Independentes ou indefinidos 10
Teresina
Firmino Filho (PSDB)
Base aliada 22
Oposição 3
Independentes ou indefinidos 4
Vitória
Luciano (PPS)
Base aliada 11
Oposição 3
Independente ou indefinido 1
* Números baseados nas coligações da eleição. É possível ter havido mudança, em alguns municípios, com base em negociação de lá para cá.
Presença das mulheres nas câmaras municipais das capitais, por ordem de participação:
Natal
72% homens
28% mulheres
Curitiba
79% homens
21% mulheres
São Paulo
80% homens
20% mulheres
Maceió
81% homens
19% mulheres
Salvador
81% homens
19% mulheres
Porto Velho
81% homens
19% mulheres
Recife
85% homens
15% mulheres
Fortaleza
86% homens
14% mulheres
Goiânia
86% homens
14% mulheres
Rio de Janeiro
86% homens
14% mulheres
Boa Vista
86% homens
14% mulheres
Macapá
87% homens
13% mulheres
Rio Branco
88% homens
12% mulheres
João Pessoa
89% homens
11% mulheres
Porto Alegre
89% homens
11% mulheres
Palmas
89% homens
11% mulheres
Manaus
90% homens
10% mulheres
São Luís
90% homens
10% mulheres
Belo Horizonte
90% homens
10% mulheres
Teresina
90% homens
10% mulheres
Belém
91% homens
9% mulheres
Aracaju
92% homens
8% mulheres
Vitória
93% homens
7% mulheres
Campo Grande
93% homens
7% mulheres
Florianópolis
96% homens
4% mulheres
Cuiabá
100% homens
0% mulheres
Vereadores eleitos, por cor autodeclarada:
Brancos – 57,1% (população brasileira 47,7%)
Pardos – 37% (população brasileira 43,1%)
Pretos – 5% (população brasileira 7,6%)
Amarelos – 0,5% (população brasileira 1,1%)
Indígenas – 0,3% (população brasileira 0,4%)
Composição das câmaras municipais, por sexo:
Homens – 50.027 (86,5%)
Mulheres – 7.820 mulheres (13,5%)
Vereadores eleitos, por faixa etária:
18 e 19 anos – 117
20 a 29 – 4.197
30 a 39 anos – 15.777
40 a 49 anos – 19.873
50 a 59 anos – 13.468
60 a 69 anos – 3.921
70 a 79 anos – 452
Mais de 80 anos – 33
Ocupações mais comuns declaradas pelos vereadores:
Vereador – 12.162(37,6%)
Outros – 5.886(18,2%)
Agricultor – 5.790(17,9%)
Servidor público municipal – 4.944(15,3%)
Comerciante – 3.536 (10,9%)
Campeões de votos
Vereadores mais votados do país
1. Eduardo Suplicy (PT) (São Paulo) – 301.446 (5,62%)
2. Milton Leite (DEM) (São Paulo) – 107.957 (2,01%)
3. Carlos Bolsonaro (PSC) (Rio de Janeiro) – 106.657 (3,65%)
4. Tarcísio Motta (Psol) (Rio de Janeiro) – 90.473 (3,10%)
5. Tripoli (PV) (São Paulo) – 88.843 (1,66%)
6. Conte Lopes (PP) (São Paulo) – 80.052 (1,49%)
7. Mario Covas Neto (PSDB) (São Paulo) – 75.593 (1,41%)
8. Cesar Maia (DEM) (Rio de Janeiro) – 71.468 (2,45%)
9. Eduardo Tuma (PSDB) (São Paulo) – 70.273 (1,31%)
10. Adilson Amadeu (PTB) (São Paulo)- 67.071 (1,25%)
Vereadores com maior % de votos em capitais
1. Lobão (PR) (Maceió) – 24.969 (6,01%)
2. Jorge Kajuru (PRP) (Goiás) – 37.796 (5,65%)
3. Eduardo Suplicy (PT) (São Paulo) – 301.446 (5,62%)
4. Pedrão (PP) (Florianópolis) – 11.197 (4,63%)
5. Fabrício Gandini (PPS) (Vitória) – 7.611 – (4,21%)
6. Carlos Bolsonaro (PSC) (Rio de Janeiro) – 106.657 (3,65%)
7. Tereza Nelma (PSDB) (Maceió) – 14.991 – (3,61%)
8. Denninho (PPS) (Vitória) – 6.167 – (3,41%)
9. Iran Barbosa (PT) (Aracaju) – 8.809 – (3,18%)
10. Tarcísio Motta (Psol) (Rio de Janeiro) – 90.473 (3,10%)
Os eleitos menos votados
Italo Ciba (PTdoB) – eleito com 0,21% dos votos válidos no Rio de Janeiro (ele recebeu 6.023 votos, ao todo).
Tibira (PRB) – eleito com 32 votos em Borá (SP), segundo menor colégio eleitoral do país, com 1.214 eleitores.
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