Rodolfo Torres
Por 193 votos a 166, a Câmara acaba de rejeitar emenda do DEM que concedia reajuste de 8,77% na Medida Provisória 475/09 (que reajusta as aposentadorias acima de um salário mínimo). Parlamentares ainda votam neste momento a emenda que dá aumenta de 7,71%, valor superior ao que o governo concede (7%).
O reajuste de 7,71% foi acordado por parlamentares, pelas centrais sindicais e pela Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap).
O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) criticou o governo e os deputados que representam as centrais sindicais, que defendem aumento de 7,71%. “O governo tem R$ 16 bilhões para o FMI, mas não tem R$ 1,2 bilhão para os aposentados… Isso é demagogia”.
“O 7,71% é um acordo entre Câmara e Senado. Demagogia é dar um aumento que não é possível”, rebateu o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical.
Outra emenda acaba com o fator previdenciário (que funciona como redutor de aposentadorias). O fator previdenciário foi criado em 1999 para conter os gastos da Previdência no governo Fernando Henrique Cardoso.
Ele é inversamente proporcional à idade de aposentadoria do segurado. Ou seja, quanto menor a idade no momento da aposentadoria, maior é o redutor e, consequentemente, menor o valor do benefício recebido. Dessa forma, quem se aposenta sob a influência do fator não recebe o mesmo valor com que contribuiu para a seguridade social.