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No início da semana, Cunha determinou que a Procuradoria Parlamentar da Casa elaborasse a interpelação judicial. A peça ficou pronta nesta quinta-feira (6) e será protocolada por representantes da Câmara, hoje (sexta, 7), junto à Justiça Federal de São Paulo, onde mora a advogada. O próprio presidente da Câmara revisou a peça jurídica antes de encaminhá-la à Justiça. Cunha também quer que a advogada responda pelos crimes de calúnia e difamação.
“Você não pode fazer declarações de forma genérica, envolvendo atores políticos”, afirmou o deputado Cláudio Cajado (DEM-BA), procurador parlamentar da Câmara. “A sua acusação atinge a CPI como um todo e a Câmara como um todo, devendo ela esclarecer ou ser responsabilizada por isso”, disse o peemedebista, no início da semana, em sua conta no Twitter.
Na semana passada, Catta Preta afirmou, em entrevista ao Jornal Nacional (TV Globo), que recebeu ameaças, de forma velada, de integrantes da CPI da Petrobras. Segundo a ex-advogada, as intimidações se intensificaram após depoimento do lobista Júlio Camargo segundo o qual o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu US$ 5 milhões em propina para facilitar um contrato com a estatal.
Além disso, a advogada, que chegou a ser responsável por nove dos 22 acordos de delação premiada firmados durante a Lava Jato, ressaltou que decidiu abandonar a carreira de advogada e deixar o país em razão das intimidações dirigidas contra ela e sua família. “Não recebi ameaças de morte. Não recebi ameaças diretas, mas elas vêm de forma velada. Elas vêm cifradas”, disse a advogada.
Retaliação?
PublicidadeApós a delação premiada de Júlio Camargo, Catta Preta foi convocada a prestar esclarecimentos na CPI da Petrobras sobre a origem de seus honorários. Ela afirmou que a decisão dos deputados tinha relação direta com os depoimentos do lobista.
Além disso, como revelou o jornal O Estado de S. Paulo, os aliados de Eduardo Cunha na CPI da Petrobras solicitaram ao grupo de espionagem Kroll que priorize as investigações justamente sobre Camargo. A ideia dos pares do peemedebista é desqualificar a versão apresentada por Camargo aos investigadores da Lava Jato de forma a demonstrar que ele descumpriu, ao omitir fatos, seu acordo de delação premiada, o que poderia levar à anulação dos depoimentos.
Com colaboração de Fábio Góis e Edson Sardinha.