Até abril deste ano, todos os notebooks de uso pessoal dos deputados serão trocados. No início deste mês, o primeiro-secretário da Mesa Diretora da Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP), enviou aos gabinetes parlamentares ofício avisando sobre os procedimentos de troca. A atualização do acervo vai custar quase R$ 2 milhões aos cofres da Câmara e, de acordo com documento apresentado por Mansur, faz parte do processo de modernização tecnológica dos equipamentos da Casa.
Questionado sobre o valor a ser investido na aquisição dos equipamentos, Beto Mansur afirmou ter feito “um bom negócio”. “Consegui alguns descontos”, declarou ao Congresso em Foco.
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Segundo a 1ª Secretaria da Câmara, foram adquiridos 560 computadores, cada um com valor equivalente a R$ 3.533,82 e 36 meses de garantia. A compra foi realizada com base em uma Ata de Registro de Preços da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ainda de acordo com a assessoria de Mansur, um pregão realizado (24/2015) estimou o preço de cada equipamento em R$ 4.556,80, valor que acabou diminuído em cerca de mil reais, segundo o “desconto” mencionado pelo deputado.
Há cerca de um ano foi realizada a modernização dos desktops (computadores de mesa) e das impressoras dos gabinetes. Mansur explicou que a melhoria da parte técnica é feita de maneira gradativa. Ainda segundo o deputado, os computadores portáteis estão em uso há cerca de cinco anos, e com garantia a expirar em abril. Esses aparelhos serão reutilizados e destinados às áreas administrativas da Casa, acrescentou o parlamentar.
“Hoje possuímos deficiência na quantidade de equipamentos portáteis disponíveis, ou equipamentos mais antigos e menos eficientes que aqueles retirados dos gabinetes. Essa estratégia permitiu a substituição dos equipamentos das áreas administrativas sem aumento considerável de despesa, pois foram adquiridos apenas 47 equipamentos a mais para cobrir todas as necessidades”, explicou o primeiro-secretário da Mesa Diretora.
Custo-benefício
PublicidadeO gasto extra em tempos de crise econômica é uma constante na Câmara. Como o Congresso em Foco tem mostrado há mais de dez anos, a estrutura que consome cerca de R$ 5 bilhões ao ano, segundo a execução orçamentária de 2015, poderia ser contraída se, de fato, algumas despesas fossem evitadas. Mesmo depois de economias a que a Casa se obrigou a fazer depois de esforços de reportagem como a série farra das passagens, que resultou em um alívio de dezenas de milhões ao ano para os cofres públicos, o dispêndio continua a todo vapor na instituição.
Somando-se ao subsídio parlamentar as despesas acessórias como auxílio-moradia, cotão e verba de gabinete, os 513 deputados geram um gasto anual de R$ 1,083 bilhão, segundo levantamento deste site, total inflado por situações como os estranhos hábitos de alimentação das excelências, a farra da TV por assinatura, a farra do cotão e os milhares de reais gastos em loja que já estava fechada.