Os líderes da Câmara resolveram estabelecer um limite de horário para a coleta de assinaturas da CPMI do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Em reunião na tarde desta terça-feira (17), os deputados decidiram que recolherão assinaturas de apoio até às 20h de hoje. Para o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS) porém, o estabelecimento desse limite de tempo não deverá comprometer o alcance do número mínimo de apoio para que a comissão seja instalada. “Eu acho que vai chegar ao número mínimo de assinaturas com tranquilidade”, afirmou Marco Maia.
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De acordo com o petista, os líderes do PT, Jilmar Tatto (SP), e do PSDB, Bruno Araújo (PE), ficaram encarregados de centralizar as assinaturas. Elas serão conferidas pela Secretaria Geral da Mesa e, depois, encaminhadas à secretaria do Congresso. Na Câmara, são necessários 171 apoios. No Senado, são 27. A CPMI vai investigar as relações de Carlinhos Cachoeira com políticos e empresas brasileiras, tendo como ponto de partida as operações Las Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal.
Além da coleta de assinaturas, existe uma mobilização para a CPMI começar a funcionar. Para ser criada a CPMI, o requerimento precisa ser lido em uma sessão do Congresso. O problema é que o presidente do Senado e do Congresso, José Sarney (PMDB-AP) está afastado com problemas de saúde, após ser submetido a um cateterismo e à colocação de um stent para desobstruir uma artéria. A oposição defende que a vice-presidenta da Câmara e do Congresso, Rose de Freitas (PMDB-ES), faça, então, a convocação.
A ideia seria convocar uma extraordinária para a quinta-feira (19) pela manhã. Desta forma, a CPMI estaria criada e começaria a indicação dos 60 integrantes do colegiado, entre titulares e suplentes. “Há uma dúvida regimental se a Rose de Freitas pode ou não convocar a sessão. Para a gente, isso não é um problema, ela tem essa autoridade”, disse o líder do DEM, ACM Neto (BA).
Marco Maia sugeriu que a peemedebista converse com Sarney para saber o que fazer. Ontem, ela afirmou que, dependendo do trâmite do Congresso, poderia presidir a sessão para a leitura do requerimento. No entanto, ela ressaltou que preferia que o presidente do Congresso fizesse isso. “Se for o caso de pegar uma assinatura, por exemplo, é possível fazer. O presidente Sarney não está fora do país, nem de licença”, lembrou o líder do PT, Jilmar Tatto (SP).
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Esvaziamento
Mais cedo, antes da reunião de líderes, integrantes da oposição fizeram um ato público para pressionar pela assinatura do requerimento da CPMI. Os deputados e senadores da oposição (PSDB, DEM, PSOL e do bloco PPS/PV), cobraram dos parlamentares que integram a base do governo celeridade na coleta das assinaturas e a posterior divisão dos cargos de comando da comissão com a oposição.
Questionado sobre a possibilidade de o governo colocar o pé no freio após a base apoiar a CPMI do Cachoeira, Maia disse que não tomou conhecimento de “nenhum movimento para postergar” a criação do colegiado. “Tem muito chute por parte dos deputados”, comentou. Já o líder do PT disparou contra a oposição. “A oposição fala muita bobagem. Todo indício de irregularidade o governo apura”, atacou.
Para ACM Neto, o governo não dá “nenhuma demonstração de boa vontade” para criar a CPMI. “E nem de compartilhar os cargos de comando com a oposição.” O PSDB adiantou que vai disputar uma das principais posições da comissão. Inicialmente, a presidência cabe ao PMDB, maior bancada do Senado, e a relatoria ao PT, partidos com mais deputados. “Esta é a oportunidade de testar a base do governo”, finalizou o demista.
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