Deputados e senadores não afinaram um só discurso sobre a data mais conveniente para ouvir o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e, possivelmente, cada um das Casas deverá ouvi-lo separadamente, suspeito de ter atuado para tentar livrar Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda, no episódio da quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa.
Autor do requerimento de convocação de Thomaz Bastos, o líder do PPS na Câmara, Fernando Coruja (SC), insiste na ida, amanhã, do ministro à Casa. O deputado argumenta que, na semana passada, foi fechado acordo entre governistas e oposicionistas marcando a audiência para as 14 horas desta terça-feira, no plenário da Câmara, e que a marcação de qualquer outra data seria quebra de acordo.
Na semana passada, o acordo fechado entre as duas partes era para que o PPS retirasse o requerimento da pauta. O próprio ministro havia aceito a data de quinta-feira, dia 20. Mas, até agora, não há acordo para que o depoimento seja conjunto com o Senado.
O líder do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ), disse que não criará constrangimento se o comparecimento de Thomaz Bastos for transferido para quinta-feira, mas insiste em que ele seja ouvido ainda esta semana pelos deputados.
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No Senado, só depois
Já o líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), disse hoje que os senadores só devem ouvir o ministro da Justiça após o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso depor. Mattoso pode ser convocado amanhã pela CPI dos Bingos.
Agripino também considerou ineficaz um depoimento de Thomaz Bastos em sessão conjunta da Câmara e do Senado. “Deixe que ele vá à Câmara”, afirmou. “Primeiro, queremos ouvir o que Mattoso tem a dizer sobre quem mandou quebrar o sigilo (bancário do caseiro) e onde entrou o advogado Arnaldo Malheiros na história”, continuou o líder, referindo-se ao advogado recomendado por Thomaz Bastos para conversar com o ex-ministro Antonio Palocci.
Segundo Agripino, se for necessário, Thomaz Bastos deve ir ao Congresso por duas vezes: nesta semana, à Câmara, e em outra ocasião, ao Senado. Ele disse, também, que a sessão conjunta seria uma coisa improvisada e “de eficácia duvidosa”. Não há previsão regimental para sessão conjunta, mas ela pode acontecer se houver acordo entre os líderes das duas casas.
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