Mário Coelho
A carta de renúncia do deputado distrital Leonardo Prudente (sem partido) foi lida na manhã desta terça-feira no plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). A leitura oficializa a renúncia do deputado. Na sexta-feira (26), ele protocolou o documento na Casa antes de ser notificado pelo processo de quebra de decoro parlamentar que estava prestes a enfrentar na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar. Se fosse considerado culpado, ele perderia o mandato e os direitos políticos por oito anos.
O parlamentar foi um dos três flagrados em gravações de vídeo recebendo dinheiro das mãos do ex-secretário de Relações Institucionais do governo do Distrito Federal Durval Barbosa. A imagem de Prudente ficou atrelada a dois vídeos. No primeiro, ele aparece colocando a quantia recebida nas meias. No outro, junto com Durval e com o distrital Junior Brunelli (PSC), que também pode renunciar a qualquer momento, aparece numa oração agradecendo pelo recebimento da propina e pela vida do ex-secretário de Relações Institucionais.
Nas duas páginas da carta de renúncia, Prudente fez inicialmente um balanço do mandato, dizendo que exerceu “importantes funções” na Câmara Legislativa. Porém, com a divulgação do conteúdo do Inquérito 650DF, que originou a Operação Caixa de Pandora, ele não resistiu à pressão. Assim como na carta enviada no mesmo dia aos eleitores, Prudente afirma na renúncia que a repetição dos vídeos prejudicou a sua imagem.
“Os vídeos repetidamente apresentados são maldosos, visam confundir o telespectador, gerar comoção, indignação e liquidar meu mandato, minha honra e meu futuro político”, disparou.
Os deputados participam, na manhã de hoje, de uma sessão extraordinária destinada à leitura do parecer, aprovado na comissão especial, do impeachment do governador afastado e preso, José Roberto Arruda (sem partido). Na quinta-feira (4), os distritais votam, em plenário, o texto elaborado pelo petista Chico Leite. Caso o parecer seja aprovado por maioria simples, será aberto prazo de defesa a Arruda. Depois, Chico Leite tem até dez dias para apresentar um novo parecer e submetê-lo à apreciação da comissão especial. Caso seja novamente aprovada, a matéria volta ao plenário. O impeachment precisa ser aprovado por dois terços dos deputados.