Em discurso no plenário, o líder do PDT na Câmara, deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), disse que há um consenso entre as lideranças dos partidos para arquivar os projetos existentes sobre a reforma política que entrariam na Ordem do Dia de hoje (1°). O objetivo seria reiniciar o debate sobre o tema a fim de se elaborar novos projetos. “Dessa forma vamos abrir a discussão para todos os novos deputados poderem participar”, disse Miro com exclusividade ao Congresso em Foco.
Segundo o líder, a iniciativa não arrefecerá o tema e nem implicará em atraso na apreciação das matérias. Miro destaca que é necessário votar a reforma política até setembro deste ano, para que as regras valham nas eleições de 2008. “A idéia é pegar o mérito daqueles projetos prontos e iniciar com aqueles textos, sem jogar fora o trabalho acumulado, e permitir a tramitação e emendamento de todos os parlamentares”, afirmou o pedetista.
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O líder do PFL, deputado Onyx Lorenzoni (RS), garantiu que os líderes não debateram os méritos da reforma, mas só sobre o procedimento de tramitação. Segundo o pefelista, a legenda não vê nenhum problema em recomeçar as discussões. “Entendo que é o melhor para o nosso país”, disse Onyx.
O presidente da Casa, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), prometeu analisar do ponto de vista regimental a proposta de formatação de um projeto da Casa, para tramitar de acordo com as solicitações dos líderes. Chinaglia ainda lembrou da necessidade de aprovar a reforma ainda neste ano.
Por outro lado, o deputado Chico Alencar (PSol-RJ) acredita ser desnecessário “zerar tudo”. Ele lembra que os projetos existentes foram elaborados após muito debate e considerações de grupos da sociedade e especialistas. “Aquela é uma base boa, sólida e não vejo porque deixar tudo para trás”, comentou.
Alencar destacou, entretanto, que há riscos da reforma política não ser aprovada. Segundo ele, a sociedade não tem pressionado os parlamentares para que atuem nesse sentido. “O povo precisa cobrar dos políticos senão a coisa não anda, mas parece que está todo mundo desanimado com a política.” O deputado aponta como demonstração de passividade popular a ausência de cobrança para a reforma ministerial. ”Por isso o presidente [Lula] está lá, deitado em berço esplêndido. Ninguém está se preocupando com nada”, lamenta.
Trabalhos
Outro assunto abordado pelo deputado Chico Alencar é sobre o pífio trabalho da Casa nas tardes de quinta-feira. O parlamentar denuncia que existem colegas que registram a presença no plenário e depois vão embora, esvaziando a sessão. “Dessa forma não se vota nenhuma matéria polêmica, porque se exigir a votação nominal, a casa cai”, disse o deputado ao Congresso em Foco.
Durante a sessão de hoje, os deputados votaram somente uma medida provisória e adiaram todo o restante da pauta para a próxima segunda-feira. “Por isso defendo um trabalho de votação intensa de terça a quinta. Pra valer. Sem esse ‘faz de conta’ que acontece nas tardes de quinta”, afirmou Alencar.
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