O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), pediu ontem (20) aos líderes partidários que lhe apresentem a posição das respectivas bancadas a respeito do aumento salarial dos parlamentares. Chinaglia também quer incluir nas discussões, desta vez, o reajuste para o presidente da República e os ministros de Estado.
Com o pedido, feito em reunião fechada, o presidente da Câmara traz de volta à pauta o assunto que causou a maior reação da opinião pública ao Congresso nos últimos anos. Em dezembro do ano passado, diante da pressão popular e do Supremo Tribunal Federal (STF), os parlamentares desistiram do aumento de 91% aprovado pela Mesa Diretora.
A inclusão do Executivo no debate ocorre quatro dias após o presidente Lula reclamar dos baixos salários dos ministros. “Se comparar o salário do presidente com o dos parlamentares e com o dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), acho que o presidente ganha pouco”, afirmou Chinaglia.
Enquanto os ministros do Supremo ganham R$ 24.500,00 e deputados e senadores, R$ R$ 12.847,20, os ministros de Estado recebem R$ 8.362,80 e o presidente da República, R$ 8.885,48.
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A maioria dos líderes já sinalizou que apóia o reajuste salarial no Legislativo com base na inflação dos últimos quatro anos. Com o reajuste de 26,1% (IPCA), os salários de deputados e senadores passariam para R$ 16.200.
Mas a elevação de salários deverá vir acompanhada de reajuste na verba de gabinete. Hoje, cada deputado recebe R$ 50.815,62 para contratar até 25 funcionários sem concurso público. Pela proposta apresentada semana passada pelo segundo-secretário da Mesa, Ciro Nogueira (PP-PI), esse valor deve subir para R$ 65.100.
Na última sexta-feira, ato da Mesa Diretora reajustou em 2,57% a cota aérea a que os deputados têm direito por causa da inflação acumulada nos últimos dois anos. A menor cota mensal, a dos deputados de Brasília, passou para R$ 4.253,68. A maior cota, para a bancada de Roraima, foi para R$ 16.938,44.