O vice-presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (MD-PE) revelou agora há pouco que o delegado da Polícia Federal (PF) Diógenes Curado, responsável pelas investigações do dossiê Vedoin, disse que Hamilton Lacerda usou, ao contrário do que disse em depoimento à comissão, o celular em nome de Ana Paula Cardoso Vieira, uma paulista de 26 anos.
O telefone teria sido clonado pelo ex-assessor do senador Aloizio Mercadante (PT-SP). Um cruzamento de dados feito pela PF das ligações deste aparelho com imagens do Hotel Ibis, onde supostamente Lacerda teria entregue os R$ 1,7 apreendidos com Gedimar Passos e Valdebran padilha, mostram o acusado ao telefone nas imagens no mesmo momento das ligações registradas pelo telefone celular de Ana Paula.
"Também ficou comprovado, segundo o relato do delegado, que foram utilizados laranjas tanto na Vicatur no Rio de Janeiro como na Centaurus em Florianópolis", acrescentou Junggman. O parlamentar se refere as duas casas de câmbios onde teriam saído parte dos dólares do dossiê vedoin. A confirmação da participação da Centauros no esquema aproxima o ex-analista de Mídia e Risco do PT, ex-diretor de Jorge Lorenzetti, das acusações de ser o coordenador da operação. Lorenzetti mora na capital catarinense e após a revelação do escândalo foi obrigado a deixar seu cargo na diretoria do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc), instituição bancária federalizada.
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O vice-presidente da comissão também defendeu a prorrogação dos trabalhos até o final de janeiro e disse que já conseguiu as 27 assinaturas necessárias no Senado e mais 72 na Câmara de um total de 171, representando um terço dos deputados. "Também não podemos entregar nosso relatório sem a conhecer o relatório final da PF sobre o dossiê que foi prorrogada por mais 20 dias. É preciso aproveitar esses dados no nosso relatório final", ponderou Junggman.
Um cruzamento de informações semelhante ao revelado pelo delegado da PF concluído no último dia pelo sub-relator de sistematização da CPI dos Sanguessugas, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). Os dados também derrubam as alegações dos "aloprados" de que não havia dinheiro envolvido nas negociações com a família Vedoin no caso do dossiê contra os tucanos. Sampaio e sua equipe cruzaram os registros de ligações telefônicas com as imagens do circuito interno de TV do Hotel Ibis, no dia 13 de setembro, data em que teria sido entregue pelo menos parte dos R$ 1,7 milhão. Leia mais. (Lúcio Lambranho)