Por 21 votos a favor, duas abstenções e nenhum voto contrário, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado sabatinou nesta terça-feira (26) o nome de Arthur Badin para o cargo de presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O nome, que foi indicação do presidente Lula, irá passar pelo crivo dos senadores em plenário.
Na reunião da CAE desta manhã, senadores da oposição reforçaram o parecer contrário ao nome de Badin para presidente, mas foram votos vencidos. O líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), questionou, entre outras coisas, as declarações de Badin à imprensa quando este disse ser contrário à possibilidade de recursos judiciais serem movidos contra decisões do Cade.
“Vossa senhoria, é um homem polêmico. Indicado com essa idade [32 anos] é um trunfo. Vossa senhoria diz que defende o interesse público. Mas o debate que deixa claro o interesse público, não combina com o interesse da maioria. Vossa senhoria traz um cacoete de defender um só viés”, acusou Agripino, ressaltando a posição de Badin que, no cargo de procurador-geral do Cade, teve uma posição incisiva quanto à cobrança de multas aplicadas pelo Conselho a grandes empresas como Vale, Votorantim e AmBev, as principais envolvidas no lobby contrário ao nome de Badin.
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Polêmica, a indicação de Badin para presidência do Cade dividiu governo e a base aliada. Na manhã desta terça-feira, o presidente da CAE, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que tinha restrições ao nome de indicado, não participou da reunião. A principal resistência vem da pressão de grandes empresas que temem que Badin endureça ainda mais as penalidades contra monopólios e outras ações que restringem a ampla concorrência.
O senador Gerson Camata (PSDB-ES) – um dos que se posicionava contrário, mas que alterou o seu voto e deu parecer a favor de Badin – afirma que a sabatina em plenário deve ser realizada ainda hoje. Camata avalia que a indicação de Lula à presidência do Cade, ao contrário do que vinha sendo sinalizado, não terá resistências em plenário. “Vai ser aprovado. Eu iria votar contra, mas a matéria do [jornal] Estadão me alertou e votei a favor”, disse Camata ao Congresso em Foco se referindo à reportagem do jornal Estado de S. Paulo que relacionou o nome do parlamentar à defesa dos interesses da empresa Nestlé. (Renata Camargo)
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