Além dos milhões de reais desviados dos cofres públicos e consumidos em propinas todos os anos, a corrupção custa ao Brasil cerca de R$ 1,5 bilhão por ano em perdas indiretas, segundo reportagem de Patrícia Campos Mello publicada neste domingo (27) no jornal O Estado de S.Paulo. Segundo a matéria, esse valor é o total de recursos que deixam de ser gerados por causa dos efeitos da corrupção sobre os investimentos, os gastos do governo, a inflação, a educação e a credibilidade do país. Os cálculos do rombo são do especialista Axel Dreher, professor do centro de pesquisas de conjuntura do Instituto Econômico Suíço. "Com esse dinheiro, o governo federal poderia tapar os buracos de 4 mil quilômetros de estradas", explica o texto.
Nas contas do especialista, o Brasil perde por ano, em média, 0,08% do PIB por causa de custos indiretos da corrupção (em valores de 2006, US$ 715 milhões). E segundo a mesma pesquisa, em PIB per capita, o Brasil deixa de ganhar US$ 270 todos os anos. “A corrupção leva à queda do investimento estrangeiro direto, as elites cleptocratas ganham renda à custa de uma possível redução da pobreza, e enquanto os efeitos no volume de investimentos do governo não são claros, há uma evidente perda de qualidade nesses investimentos”, diz Dreher. Ele e é autor de vários estudos em que calcula o impacto da corrupção sobre expectativa de vida, escolaridade, investimento, gastos do governo e inflação. (Lúcio Lambranho)
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